O outono começou oficialmente nesta quarta-feira (20), mas, em Mato Grosso do Sul, a nova estação traz consigo um alerta: o aumento nos números de incêndios florestais.

Isso porque, conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), a estiagem deve permanecer no Estado, e as chuvas, que já estão bem reduzidas desde o fim de 2023, devem ficar entre 40% e 60% abaixo da média histórica no próximo trimestre.

Essa tendência de chuvas abaixo da média e temperatura do ar acima da média histórica está relacionada à atuação do fenômeno El Niño, que deverá apresentar um enfraquecimento gradual nos próximos meses. O prognóstico apresenta também que os índices de precipitação acumulada sejam ainda menores que no verão, já marcado pela falta de chuvas.

Neste cenário, o alerta relativo à ocorrência de incêndios florestais se intensifica, principalmente no Pantanal, já que a região registra chuvas abaixo das médias históricas desde novembro de 2023. Além da estiagem, o Centro de Monitoramento também prevê que Mato Grosso do Sul deve encarar meses ainda mais quentes, entre 70% e 100% acima da média.

Situação no Pantanal

Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), que acompanha a situação do alerta climático no Estado, desde o dia 26 de fevereiro a Bacia do Rio Paraguai enfrenta seca em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso.

Para coordenar as ações de monitoramento e efeitos da seca na região, o grupo formado por representantes de agências da União e do Estado, inclusive Cemtec e Comitê do Fogo, elaboram um plano de ação que deverá ser colocado em prática nos próximos meses.

Joaquim Gondim, superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, aponta que desde 2023 a seca avança na Bacia do Rio Paraguai, o que tem causado fraca recuperação dos rios, se comparado a períodos anteriores.

“No monitor de seca percebe-se que todo o estado do Mato Grosso se encontra em estágio de seca. Já no Mato Grosso do Sul houve um avanço da seca moderada no centro e noroeste do estado, houve agravamento da seca”, pontuou.

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