Embora o agronegócio seja a principal atividade econômica de Mato Grosso do Sul, diversos municípios têm a pesca esportiva como principal atrativo e gerador de empregos. Conforme o Observatório de Turismo, só em 2023 cerca de 100 mil licenças de pesca amadora foram emitidas pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

Conforme Rogério Chelotti, turismólogo da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), a pesca esportiva foi a primeira atividade turística do estado graças a descoberta e divulgação da diversidade natural por aqueles que faziam visitas à região.

Atualmente a pesca esportiva é bem estruturada, oferece equipamentos de qualidade para os pescadores e é responsável pela movimentação de grande parte dos turistas que visitam o estado, principalmente o Pantanal.

No Dia do Pescador e do Pescador Amador, comemorado neste sábado (29), o Jornal Midiamax traz os atrativos e potenciais do estado para a pesca amadora e esportiva.

O que faz o Pantanal ser portal da pesca esportiva?

No estado, as pescarias podem ser realizadas em duas bacias hidrográficas distintas: a Bacia do Rio Paraguai, onde fica o Pantanal, e a Bacia do Rio Paraná.

A região do Pantanal é a mais procurada e oferece a seus visitantes uma natureza exuberante com lindas paisagens e uma grande diversidade de peixes, incluindo espécies altamente esportivas, como o pintado, a cachara, os jaús, pacus, piraputangas e o dourado.

Em algumas regiões do Pantanal também é possível realizar pescaria do tucunaré azul, que há mais de 20 anos foi introduzido acidentalmente no Pantanal e tem atualmente sido muito buscado pelos pescadores esportivos. As pescarias podem ser realizadas tanto com iscas naturais quanto com iscas artificiais e há guias especializados nas duas modalidades de pesca.

A diversidade de hospedagens e equipamentos turísticos para a pesca esportiva também é um grande diferencial que atrai pescadores profissionais e amadores para a região, como ranchos, pousadas, hotéis, barcos-hotéis, operações e condutores de pesca.

Por fim, o Pantanal também é rico em infraestrutura voltada para pesca, que pode ser encontrada
principalmente nas regiões de Aquidauana, Miranda, Bonito (Águas de Miranda), Passo do
Lontra, Coxim, Porto Murtinho, Ladário e Corumbá.

Turismo durante crise ambiental

O Pantanal sul-mato-grossense já apresenta uma área queimada de 530 mil hectares devido aos incêndios florestais que assolam a região, conforme levantamento do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul).

Apesar do clima desértico, o turismo de pesca esportiva na região permanece, já que, segundo Bruno Wendling, presidente da FundTur, as áreas afetadas estão longe dos locais em que a pesca é autorizada.

Nos municípios de Aquidauana e Miranda, onde tem safári, não há fogo e fumaça. Bonito também segue em funcionamento.

No entanto, Bruno explica que os turistas interessados em visitar estes locais devem entrar em contato com as pousadas antes para evitar qualquer transtorno. É importante ter informações reais sobre a atual situação da região.

“Sabemos que uma área muito grande de vegetação do Pantanal está queimando e batendo recordes, mas o turismo continua em funcionamento. Todas as áreas atingidas pelo fogo estão localizadas especialmente na área de Corumbá, que é um município gigante, mas estão, em sua maioria, afastadas por polos turísticos na região”, afirma.

Em Corumbá, a pesca esportiva também não foi cancelada. No entanto, Bruno lembra que a navegabilidade do Rio Paraguai para a pesca é de 300 quilômetros, enquanto a área comprometida pelo incêndio chega a 90 quilômetros.

Trechos críticos

Embora a estabilidade ainda seja uma realidade para diversos pontos turísticos da região, dois locais enfrentam uma situação mais delicada e já sentem os impactos das queimadas.

O primeiro, é a Serra do Amolar. Neste trecho, alguns turistas podem enfrentar um pouco de fumaça e condições adversas nos primeiros 40 minutos de trajeto.

O segundo é a Estrada Parque Pantanal. Lá a situação é uma das mais críticas e quem visita consegue observar o impacto dos incêndios florestais que assolam a fauna e flora.

“Naquela região já houve alguns cancelamentos em pousadas que trabalham com pesca esportiva e ecoturismo”, explica Bruno.

Festivais atraem pescadores de todo o Brasil

Além dos atrativos naturais e de infraestrutura, muitos municípios também realizam festivais e torneios de pesca que corroboram ainda mais para a economia do local.

Os dois principais torneios de pesca em Mato Grosso do Sul são: Festival Internacional de Pesca
Esportiva, que acontece em Corumbá, e o Torneio de Pesca Esportiva, que acontece em Três
Lagoas.

Também existes os encontros de grupos de pesca femininos que reúnem as pescadoras
em eventos exclusivos para mulheres em várias regiões do Estado.

Temporadas de pesca

Em Mato Grosso do Sul a temporada de pesca acontece em dois momentos: no Rio Paraguai é de janeiro a outubro – sendo janeiro, 100% pesque e solte – e nos demais rios, de março a outubro.

Para pescar dentro da legalidade no estado é necessário portar uma licença de pesca amadora, que é fornecida pelo do site do Imasul.

É importante que o pescador esteja atento aos prazos de emissão e compensação, além da validade da licença. Todas as informações sobre permissões, apetrechos e regras podem ser conferidos clicando aqui.

Regras

Para preservar os recursos e incentivar o desenvolvimento do turismo de pesca no estado, foram criadas novas regras por meio de um decreto que regulamenta a pesca no estado.

Por isso, desde 2020 está autorizado o sistema de pesque e solte, que permite o consumo do pescado no local da captura e o transporte de 1 exemplar, sempre considerando os tamanhos máximos e mínimos das espécies previstos em legislação.

Deve ser considerado que o dourado e a piraputanga são protegidos por lei e não podem ser abatidos. Após a captura, ambos devem ser devolvidos ao rio.

Além disso, os pescadores que desejarem levar os pescados para casa devem saber que o transporte de mais que um exemplar só é permitido com a apresentação da nota fiscal emitida por uma peixaria, mercado ou com algo que comprove a compra e origem do pescado.

Confira aqui a cartilha do pescador.

💬 Receba notícias antes de todo mundo

Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.