Entre os apaixonados por fusca, o dia 20 de janeiro tem um significado importante. É a data que marca o início da produção do veículo no Brasil no ano de 1959, na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

Para comemorar a data, a Confraria do Fusca, grupo de apaixonados pelo veículo e por carros antigos de , organizou uma programação especial, com direito a uma de carros antigos no Plaza, que reuniu mais de 80 veículos.

O organizador do evento, Eduardo Mendonça, explica como começou a proposta da exposição. “Eu estava entre os integrantes que tiveram a ideia e fundaram a confraria em 2011/12, mais ou menos. Então a gente tem um histórico bom de caminhada com essa turma que só cresce. O fusca é onde tudo começou, mas a gente agrega outros tipos de veículos porque são todos amigos nossos”, relata.

Exposição de fuscas e carros antigos em Campo Grande. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Ao ser questionado sobre a importância do fusca para ele, Eduardo respondeu: “Paixão da família! Eu me apaixonei por outro fusca que eu andava que, na verdade, era do meu pai. Ele precisou vender o carro e eu comprei”, conta.

Sonho de infância

A participante Viviane Vasques, dona de um fusca fabricado em 1965, relata que é fã do modelo desde pequena. “Eu sempre fui apaixonada por fusca, desde novinha eu sempre gostei muito e, há menos de dois anos, eu ganhei esse fusca do meu esposo. Era de um tio dele. O fusca já está há mais de 20 anos na família”, disse.

Viviane Vasques dentro de seu fusca 1965. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Apesar do presente recente, Viviane conta que já participou de eventos outras vezes. “É muito legal, não tem discriminação [por ser mulher], o pessoal é muito companheiro, muito família (…) A gente acaba fazendo muitos amigos”, disse.

O evento contou com sorteios e chopps, e reuniu desde famílias a simpatizantes de carros antigos.

Anderson Duarte conta que se deslocou de Maracajú, a 141 km de Campo Grande, até a Capital, e destaca que andar com o carro é uma terapia.

“O fusca faz a gente distrair a mente, ele representa uma antiguidade que a gente tem que preservar. Faz três meses que eu estou com esse fusca, peguei ele um ‘caco' e aí fui reformando. Ele é um ótimo carro”, conta.

Anderson Duarte na direção de seu fusca. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

“Vim de até aqui, [ele] trouxe eu e minha família tranquilo sem nenhum imprevisto e vai voltar também”, disse empolgado.

Relíquia de Família

Cristiano Heleno é dono de dois fuscas, um de 1973 modelo 1300 e outro de 1974, também 1300. Ele conta que a paixão pelo carro vem de família, e que não há valor que o faça vender o veículo. “Todo passeio é uma história. Acabei de viajar 3.600 quilômetros com ele nesse final de ano, já fui para Pomerode (Santa Catarina), Assunção (Paraguai), tudo quanto é canto. Sempre é história diferente”, destaca.

Cristiano Heleno e sua tatuagem em homenagem ao fusca. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

“Todo esse amor vem de infância. Meus pais sempre tiveram fusca, a gente sempre andou dentro de fusca, kombi, que era o que tinha na época. E isso foi pegando a paixão pelo carro e de lá pra cá eu também aprendi a mexer em carros antigos. Sou mecânico de fusca e tenho uma oficina montada em cima disso. Entrei na Volkswagen em 1989 para aprender a mexer com o fusca, então a relação já vem de be antigamente mesmo”, complementa.

Sucesso mundial

O Fusca foi lançado pela primeira vez em 1935 pelo alemão Ferdinand Porshe, com o nome inicial de Typ I. A ideia era que ele fosse um veículo popular e econômico, mas ao logo do tempo, o fusca passou pela modernização em sua estética, mecânica e também foi utilizado das mais diversas finalidades, desde veículo militar na Segunda Mundial em 1939 até carro de correios.

O veículo teve cerca de 21 milhões de exemplares produzidos e assim como sua utilidade, ganhou diversos apelidos ao redor do mundo: Bug, Beetle, Coccinelle, Type 1, Käfer, Carocha, Maggiolino e Escarabajo.

No Brasil

No cenário brasileiro, o Fusca, começou a ser produzido em 1959 com peças 100% nacionais. Chamado carinhosamente de Fusquinha e Fuscão, tinha motor 1500 cilindradas e cores fortes como laranja e verde abacate. O veículo dominou o mercado do Brasil o campeão de vendas por 24 anos seguidos, de 1959 até 1982.

A produção brasileira chegou a ser interrompida em 1986, mas voltou em 1993 pelo então presidente da época, Itamar Franco. O carro saiu definitivamente de linha no ano de 1996.

Workshop de Biscuit (Miniaturas de Fusca)

Ainda em comemoração ao mês do Fusca, a AMI Artesanato e o Norte Sul Plaza oferecem no dia 27 de janeiro uma oficina criativa de miniaturas em Fusca de Biscuit.

A inscrição deve ser feita online pelo link, e no dia da oficina levar doação de 2kg de alimentos não perecíveis (exceto sal), que serão destinados ao Projeto Mesa Brasil do Sesc. A oficina acontecerá no sábado, dia 27 de janeiro, das 14h30 às 16h no corredor em frente a loja Havaianas do Norte Sul Plaza.