Empresa contratada por R$ 8,1 milhões para realizar obras de drenagem e pavimentação asfáltica no Jardim Centenário, em Campo Grande, decidiu rescindir contrato com a prefeitura. A empresa abandonou as obras há cerca de três semanas, deixando para trás o rastro de sujeira e entulhos e prejuízos à população local.

Moradores do bairro relatam que as ruas estão sujas e com entulhos das obras, principalmente nas mediações do canteiro utilizado pela empresa. Agora, restam montanhas de pedras, madeiras e lixo. Segundo moradores, a sujeira atrai ratos e o vento leva poeira para dentro das casas.

Conforme informações do Portal da Transparência, a empresa contratada era a R.R. Construção Civil Ltda, que já tinha recebido o valor de R 2,3 milhões. O contrato previa a realização de 1.345 metros de drenagem e 4.335 metros de pavimentação asfáltica.

Além disso, segundo a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), o governo do estado se comprometeu a aplicar R$ 5,3 milhões dessa obra que consiste na pavimentação, drenagem, acessibilidade e sinalização de 12 ruas e travessas:

  • Ruas Morro do Chapéu
  • Barra da Corda
  • Ribeirão das Neves
  • Granada
  • Seis de Outubro
  • Itabirito
  • Xanxerê
  • Baliza
  • Caxiuanã
  • Além das travessas Serra Dourados, Pinheirão e Olímpico.

Segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Público), deve ser realizada uma nova licitação para contratação de empresa para finalizar as obras. “Quanto ao entulho e lixo deixado pela empresa no canteiro de obras, a Secretaria irá mandar equipe para verificar a situação e adotar os procedimentos necessários”, informou.

Canteiro de obras abandonado pela empresa (Foto: Alicce Rodrigues/Midiamax)

Sonho de moradores deve demorar mais

O asfalto do Jardim Centenário é uma obra aguardada há pelo menos 30 anos pelos moradores e, após o início desses trabalhos no ano passado, a população estava animada. Mas o sonho deve demorar um pouco mais para se concretizar.

A reportagem do Jornal Midiamax esteve no local e viu que, das dez ruas que estavam no planejamento da obra, apenas duas receberam asfalto. São elas: duas quadras da Rua Regeneração, onde fica o canteiro de obras; e outras duas quadras da rua Caxiuanã. Há, ainda, estacas de sinalização onde seria feito o asfalto.

Foto: Alicce Rodrigues/Midiamax

Um morador do bairro, de 52 anos, que escolheu não se identificar, relatou que as equipes estavam no bairro desde o meio do ano passado.

“Teve muita sujeita, transtorno, poeira, mas não reclamamos porque a gente queria a obra. Eu pensava que eles iam asfaltar pelo menos dez ruas pelo tanto tempo que demoraram aqui, asfaltaram foi nada”, disse.

Segundo esse morador, na rua Quitéria, há um campo onde há partidas de jogo terrão. “Domingo é lotado e achei que fosse asfaltar, mas tá do mesmo jeito”, pontuou.

Ele e outros moradores destacam que, quando chove, sequer dá para passar nas ruas, algo que gera muito trânsito em outras ruas da região. A população esperava que essa questão também iria melhorar após o asfalto.

Outra moradora, dona Maria Aparecida, disse que as equipes não trabalhavam em todas as semanas, mas que pelo menos a obra andava.

“É uma situação muito difícil para moradores, estou aqui desde 1993. Todo ano a gente espera que seja asfaltado, faz 30 anos que falam que vão fazer. Disseram que quando saísse o do Aero Rancho [asfalto], sairia aqui, mas ficou só na promessa”, relembrou.

Foto: Alicce Rodrigues/Midiamax

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