Em visita de Finados, familiares reclamam de abandono e sujeiras em cemitérios
Prefeitura de Campo Grande lembra que responsabilidade por cemitérios é compartilhada com proprietários de túmulos
Schimene Weber, Lívia Bezerra –
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O Dia de Finados, no dia 2 de novembro, é uma data que mistura sentimentos como amor, carinho e muita saudades de quem já partiu. Entretanto, no Cemitério Santo Amaro, em Campo Grande, mais uma emoção se junta às demais: a tristeza com a situação de abandono dos cemitérios municipais.
Nesta manhã, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no cemitério, localizado na Avenida Presidente Vargas, para ouvir histórias de pessoas que já perderam entes queridos, mas acabou ouvindo, também diversas queixas sobre a conservação que inclui túmulos quebrados, muita sujeira espalhada pelo local e um cenário de verdadeiro abandono.
O jornalista aposentado Inácio Benites parou nossos repórteres para fazer uma reclamação. “Hoje é um dia que, para nós, espíritas, se abre um portal para que os espíritos desencarnados nos vejam. É uma forma de respeito para com eles que o espaço esteja, minimamente, limpo. Aí, fica a pergunta: será que esse abandono é por quê eles, do Poder Público, não tem ninguém aqui? Será que os familiares deles estão em cemitérios de luxo?”, questionou.
Histórias de quem ficou com saudades de quem já se foi
Valdemar Aparecido da Silva, de 65 anos, também é personagem da nossa reportagem. Ele foi até o cemitério carregando uma enxada nas costas, vindo do bairro José Abrão, para prestar homenagens à sua mãe, pai, seus dois irmãos e sua filha que faleceu com 5 anos de idade, em fevereiro de 1991, por problemas no coração. Pensativo, ele falou à reportagem que essa é “uma dor que fica pra sempre no coração. É uma obrigação vir aqui, já que não tivemos tempo suficiente juntos”.
Já Francisco Tonezi, de 73 anos, foi até o local para visitar o túmulo de seus pais e seu irmão, que morreu no ano de 1974, com apenas 14 anos. “Ele era mirim, estava trabalhando em uma farmácia e, de repente, teve um infarto. Ninguém da família sabia que ele tinha qualquer tipo de problema cardíaco. Quando ele faleceu, nos contaram que ele nasceu com um problema no coração”, lamentou.
À reportagem, ele, acompanhado de sua esposa, Maria de Lourdes Bezerra de Lima, informou que tem o hábito de ir ao cemitério todo ano. “É um compromisso. Viemos acender velas e prestar homenagens, porque esse aqui é o caminho de todos nós”, enfatizou.
Geuza Ranger, idosa de 64 anos, foi ao cemitério para visitar o túmulo de seu pai, falecido em 1980, e de sua mãe, falecida em 2007. “Tenho o costume de frequentar o cemitério todo o ano, não somente no Dia de Finados. É uma lembrança, uma forma de carinho”, explicou.
Apesar de todas as comoventes histórias, as reclamações sobre o descaso com o cemitério foi geral. “A gente vem aqui e encontra tudo quebrado, sujo. Parece que ninguém está cuidando desse espaço”.
Responsabilidade compartilhada
No último dia 31 de outubro, o Jornal Midiamax realizou uma live com Denise Lima, da SISEP (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), que informou que a responsabilidade de limpeza e manutenção é compartilhada entre o Poder Público e os familiares que mantém os túmulos e gavetas no local.
“É importante esclarecer um tema controverso, mas muito importante. A SISEP vem trabalhando incansavelmente no serviço de manutenção e gestão dos cemitérios públicos. Entretanto, a nossa responsabilidade é com a área comum dos cemitérios. Os terrenos, onde estão os túmulos, têm titulares. Então, a SISEP não pode fazer a manutenção dessas propriedades privadas. O que temos pedido: lembrem dos seus entes queridos e façam manutenção de seus túmulos, porque o ambiente fica mais acolhedor e digno para todas as homenagens que as pessoas vêm fazer, não somente no Dia de Finados”, explicou.
Chuva de 2023 destruiu muro de cemitério
Noticiado pelo Jornal Midiamax no dia 29 de maio de 2024, com o título “Sete meses após muro cair, tapumes provisórios seguem em cemitério de Campo Grande”, a Prefeitura Municipal explicou que uma chuva ocorrida em outubro de 2024 destruiu um trecho do muro do cemitério, que foi fechado com tapumes provisórios.
À época, a reportagem acionou a Prefeitura de Campo Grande e questionou porque a restauração do muro não foi executada ou, ainda, qual a data prevista para o reparo. Por meio de nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que, na época em que ocorreu a queda, “não foi possível fazer a reconstrução em regime emergencial, sendo preciso fazer uma licitação para contratação de empresa”.
A pasta também informou que, “entendendo que obras paliativas não evitariam novas ocorrências e preocupada com a segurança dos frequentadores do cemitério Santo Amaro, decidiu executar um trabalho consistente e para isso fez um estudo fazer a reconstrução das partes do muro que caíram e reforço em todo o restante”.
“A Secretaria está agora preparando o lançamento do edital de licitação para contratação de empresa para executar o serviço”, finaliza a nota.
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