Cerca de 30 brigadistas indígenas do povo Terena, que participam do programa Brifs (Brigadas Federais em Terras Indígenas), receberam a doação de drones e treinamento especializado para uso do equipamento no combate a incêndios, em Aquidauana. A ação aconteceu neste fim de semana, na terra Limão Verde.

Ao todo, foram doados quatro drones às brigadas das terras indígenas Taunay/Ipegue, Cachoeirinha e Limão Verde. Conforme divulgado, a iniciativa é da EJF (Environmental Justice Foundation).

O programa Brifs, iniciado em 2013 por meio de um acordo entre a Funai e o Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), vinculado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), forma e contrata brigadistas, principalmente indígenas, para a prevenção e combate a incêndios florestais em suas terras.

Logo, o objetivo de formações como esta é capacitar as brigadas quanto ao uso de drones no auxílio das atividades de combate ao fogo. Durante a atividade, os brigadistas foram expostos a conteúdos teóricos e práticos como noções básicas de pilotagem, manutenção e operação de drone em situações adversas.

Airton Pereira Sebastião, brigadista indígena do povo Terena e supervisor das brigadas Terena do Prevfogo/Ibama em Mato Grosso do Sul, lembrou que a maioria do grupo nunca havia manipulado um drone.

“Temos brigadistas que não só atuam aqui nas nossas terras indígenas, mas também em outras áreas do Pantanal. Tendo um drone a gente consegue fazer esse reconhecimento, ver por alto mesmo toda a extensão do fogo, o que ele vai queimar e quais necessidades de colocar os equipamentos corretos e, assim, também otimizar o nosso tempo. A gente já nasce com esse instinto de defender a natureza, de defender o nosso território”, explicou.

Foto (Divulgação/EJF)

Incêndios no Pantanal

A iniciativa acontece no momento em que o Pantanal passa, novamente, à eclosão de focos de calor, após um breve período de controle das chamas.

Atualmente, pelo menos quatro regiões do Pantanal sul-mato-grossense registram incêndios, sendo elas:

  • Região do Porto da Manga;
  • Região da Área de Adestramento do Rabicho (AAR);
  • Proximidades da fazenda Tupanciretã, na região da Nhecolândia;
  • Proximidades da fazenda Santa Sofia, também na região da Nhecolândia.

Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), de 1º de janeiro até o último domingo (28), 4.553 focos de calor foram registrados no bioma, dos quais 80% são de Mato Grosso do Sul.

O Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro) estima que cerca de 900 mil hectares do Pantanal já tenham sido destruídos pelo fogo neste período — o equivalente à cerca de 6% da área total do bioma.

💬 Receba notícias antes de todo mundo

Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.