Pular para o conteúdo
Cotidiano

Funcionário há 14 anos ‘herda’ box e caso vira disputa no Camelódromo de Campo Grande

A proprietária faleceu há três anos, mas a falta de herdeiros faz com que um comerciante lute para continuar trabalhando em seu box
Karina Campos, Clayton Neves -
BOX
Box de camisetas e bonés (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Rodrigo dos Santos Ferreira trabalha há 14 anos no box 3 do Camelódromo de . No entanto, após a morte da titular da concessão do espaço, corre o risco de perder o ponto de trabalho. O logista recebeu, nesta quarta-feira (15), uma nova intimação de reintegração de posse, com a obrigação de deixar o box nas próximas 48 horas.

Nos últimos três anos, desde a morte da proprietária em 2021, tem havido uma intensa disputa envolvendo outros concorrentes e a Prefeitura de Campo Grande, que regula a concessão de atividades no camelódromo. A legislação municipal proíbe a venda ou transferência irregular dos pontos.

Durante os 14 anos de atuação, Rodrigo repassava o valor para a permissionária. O box vende bonés e camisetas estilizados. “Toda a mercadoria é minha, meu ganha-pão, meu sustento. Meus filhos, de 10 e 14 anos, cresceram aqui, crescem com a força do meu trabalho”, descreve.

Uma equipe da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) emitiu novamente uma notificação verbal, dizendo que ele precisa deixar o espaço e retirar a mercadoria. Caso a ordem não seja obedecida, o material será apreendido.

“Desde a morte dela, eu fui até a prefeitura várias vezes, tanto nesta gestão quanto na anterior. Meus pedidos foram sempre negados. Estou lutando, mas não atendem minha solicitação, mesmo depois de 14 anos de trabalho. Ontem (14) e hoje, consegui mais de 200 assinaturas em um abaixo-assinado em apoio à minha causa”, descreve.

Cada assinatura dos colegas de trabalho fortalece a luta pela permanência. “Tenho uma ação judicial em andamento para rever a posse deste box. A audiência acontecerá em 27 de maio, pois o processo ainda não teve decisão e estão tentando me tirar”.

Rodrigo luta pelo ponto e segue ação judicializada (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Disputa com terceiros

Outras duas pessoas estão disputando a posse do box. Segundo Rodrigo, uma delas seria a cuidadora da idosa permissionária, e a outra seria um comerciante cadeirante, que tentou obter a vaga utilizando a regra de destinação para PcD (Pessoa com Deficiência). No entanto, ambos tiveram seus pedidos negados.

Narciso Soares, presidente do Camelódromo de Campo Grande e da Associação de Vendedores, afirma que também tentou ajudar o vendedor enviando um ofício para a Semadur e tentando agendar uma reunião com os gestores, mas sem sucesso. Ele acredita que o município esteja preparando um novo chamamento público para a ocupação do local.

“Fizemos um pedido para que ele permaneça até o fim do ano, considerando as festas de fim de ano e o aumento do movimento nessa época. A Semadur quer desocupar, mas ele não está trabalhando ilegalmente. Continuaremos tentando obter uma resposta da Semadur; até hoje, fui até lá, mas não fui atendido”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura e aguarda um posicionamento.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados