O dia ‘D’ da campanha nacional contra a Dengue neste sábado (2) reúne diversas pessoas de vários órgãos para conscientizar e orientar a população sobre os cuidados e sintomas da doença, que apesar de estar com os números abaixo em relação ao ano passado, já tem 4,7 mil casos prováveis de dengue e 3 mortes em Mato Grosso do Sul.

A ideia da campanha nacional é mobilizar para que as pessoas dediquem ao menos 10 minutos do dia, para olhar seus quintais e eliminar focos do mosquito. Em Campo Grande, a ação ocorre no coração da Capital no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho.

Equipes do governo, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros distribuem panfletos que descrevem os sintomas da doença. A Polícia Militar faz a segurança no local, enquanto quem passa pelo Centro é orientado com cartazes e carro de som sobre os cuidados com o quintal, por exemplo, além dos uniformes dos agentes de saúde e da bomba do fumacê, para tirar dúvidas e curiosidades sobre a atuação no combate à doença.

Dra. Crhistinne Maymone, secretária adjunta da SES (Madu Livramento, Midiamax)

A Dra. Crhistinne Maymone, secretária adjunta da SES (Secretaria de Estado de Saúde), relembrou a importância da participação ativa dos moradores. “Precisamos que a sociedade se engaje nesse movimento para evitarmos essas doenças”, explicou, citando que dentre os casos há alguns graves e que precisam da ajuda da população para reduzir esse número.

Luiz Celso Souza passava pelo Centro nesta manhã quando recebeu o folder e foi orientado por um militar do Corpo de Bombeiros. Para ele, a ação tem grande importância no combate à doença. “Já conheço os cuidados e tenho uma rotina quase que diária em casa e isso ajuda. Até o momento, ninguém lá em casa nunca pegou dengue”, disse.

Gisele Pereira também foi orientada na ação. Ela disse que sabe bem dos cuidados, já que o marido dela é agente de saúde. Apesar da rotina de cuidados, ela disse que quase todo mundo em casa já teve a doença. “Era muita dor, febre, mal-estar”, lembrou.

“Não é uma doença nova, são 40 anos já, mas MS tem se preparado para esse enfrentamento com ações, por exemplo”, disse. A secretaria detalhou que desde dezembro a SES está em reuniões com o Centro de Operações e que tem realizado treinamento dos profissionais. Além disso, o Governo tem destinado recursos por 12 meses para que unidades de saúde dos municípios estendam o horário de atendimento por até cinco horas para que pessoas que trabalham o dia todo ou não têm tempo, consigam atendimento fora do expediente.

Equipes durante orientação sobre cuidados e sintomas no Centro de Campo Grande. (Madu Livramento, Midiamax)

Orientações em escolas

O governo federal lançou, no dia 21 de fevereiro, uma mobilização nas escolas públicas do país contra o mosquito Aedes aegypti. Além de chamar e sensibilizar estados e municípios, a ação também faz parte da retomada do Programa Saúde na Escola, reestruturado em 2023 e marca a união de esforços dos Ministérios da Saúde e da Educação, ressaltando a urgência de combater o mosquito.

Serão 20 semanas de atividades e engajamento das comunidades escolares. No âmbito do programa, 25 milhões de estudantes serão orientados em mais de 102 mil instituições públicas de ensino, sendo 925 em Mato Grosso do Sul.

O Ministério da Saúde reforça, no entanto, que a principal medida de prevenção é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.

Em caso de febre, dor de cabeça, dores atrás dos olhos ou no corpo, náuseas e manchas na pele, procure imediatamente a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa. Não faça uso de medicamentos sem conhecimento médico.

Confira abaixo os principais sintomas da dengue, que geralmente duram sete dias

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor nas articulações;
  • Erupção cutânea.

Além disso, a SES recomenda ficar atento aos seguintes sinais de alarme

  • Dor abdominal intensa;
  • Vômitos persistentes;
  • Diarreia;
  • Fadiga;
  • Sangramento no nariz e gengiva.

A enfermeira da SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde), Bianca Modafari Godoy, ressalta que em casos de suspeitas de Dengue, a recomendação é manter-se hidratado e em repouso, além de buscar atendimento em uma unidade de saúde. 

“Importante ressaltar que não deve se automedicar, pois caso faça uso de anti-inflamatórios como aspirinas pode piorar a coagulação sanguínea e consequentemente o estado de saúde, já que a dengue pode causar hemorragia”, aponta.

Considerada uma das principais causas de arboviroses em todo o mundo, a dengue é mais frequente em zonas tropicais e subtropicais. A idade média de indivíduos infectados é de 34 anos e, apesar da maioria deste público desenvolver sintomas leves da doença, a dengue pode ser grave.

Como existem quatro tipos do vírus (Den-1, Den-2, Den-3 e a Den-4), ter sido infectado uma vez não protege de infecções futuras. Inclusive, a possível reinfecção está relacionada com quadros mais graves da enfermidade. Apesar disso, medidas simples para evitar a procriação de mosquitos são efetivas na prevenção da doença.

Prevenção

A prevenção da dengue inicia-se ao evitar a procriação do seu vetor: o mosquito Aedes aegypti. O inseto é atraído por reservatórios de água parada, uma vez que as fêmeas depositam os ovos na superfície da água limpa.

Tais recipientes podem ser garrafas vazias, pneus, latas, calhas, pratos de vasos de planta, caixas d’água descobertas, ou qualquer outro objeto capaz de armazenar água da chuva. Outra forma de prevenção é vacinar-se. As demais alternativas consistem na redução das chances de contato com o mosquito.