Mais uma vez, moradores do Nova Campo Grande reclamam do forte mau cheiro que exala por todo o bairro na manhã desta segunda-feira (27). Ações pedindo providências para o problema já seguem em trâmite na Justiça.

Thalya Antunes Maciel Monteiro, diz que foi obrigada a deixar a residência por conta do odor. “Está fedendo muito”, reclama. Outra moradora diz que o mau cheio começa no horário de almoço e não conseguiram fazer a refeição. “Não dá para comer ou tomar água sem sentir ânsia de vômito”, descreve.

Morador do bairro Bonança também relata que o cheiro incomoda nos bairros vizinhos. “Mesmo distante do curtume, o odor está vindo até aqui, onde reside a minha mãe, pois está muito forte o odor, considero poluição ambiental”, disse.

Não é a primeira vez que o frigorífico JBS S/A, localizado na Avenida Duque de Caxias é alvo de reclamações pelo forte cheiro. A unidade é a mesma que foi multada em R$ 100 mil pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), na última semana, em razão do mau cheiro.

Processos por indenização

Em março deste ano, o Jornal Midiamax publicou um material especial relatando que há 20 processos protocolados entre os dias 28 de fevereiro e 1º de março, pelo advogado Francisco das Chagas de Siqueira Júnior, do Escritório Siqueira & Biava Advogados. As ações pedem indenizações por danos morais ambientais combinados com dano material (perdas e danos) e obrigação de fazer.

O valor pedido varia de R$ 25 mil, R$ 50 mil, R$ 75 mil ou R$ 150 mil a depender da quantidade de pessoas que entraram contra o frigorífico no mesmo processo. Além disso, também é pedido indenização por desvalorização dos imóveis da região.

Em uma das ações, os advogados apontam que a unidade I da JBS S/A opera atividade potencialmente poluidora que gera “incômodo e aflição” nos moradores da região e os obriga a se trancar nos imóveis para fugir dos transtornos.

“Vale destacar, que o Frigorífico trabalha de forma ininterrupta (24 horas), lançando ao ar resíduos tóxicos de sua produção (queima de fornos) que, conforme a direção do vento é espalhada por todas as casas vizinhas num raio de diversos quarteirões, gerando diversos problemas (enjoo, náuseas etc.), e, não só pelos transtornos causados, mas também por medo, já que é altamente tóxico”, argumentam.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do frigorífico e aguarda um posicionamento.