De folga, bombeiro combate incêndio em bairro de Campo Grande: ‘Não é à toa que postos estão cheios’

Fogo foi contigo com a ajuda de mais dois trabalhadores

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(Redes Sociais/Reprodução)
22/08/2024 – Graziela Rezende

Os momentos de folga estavam prestes a começar, com o bombeiro Thiago Kalunga chegando em casa, no Jardim Seminário, em Campo Grande, quando mais um princípio de incêndio estava ocorrendo nas proximidades. Antes de entrar, se juntou a dois trabalhadores da construção civil e apagou o fogo, aproveitando o momento para alertar sobre os riscos de atear fogo em vegetação.

“Nós conseguimos conter. Foi na Marechal Câmara próximo a Frederico Abranches esse um princípio de incêndio. Eu estava no final do expediente, chegando em casa. Infelizmente é isso. Nessa época do ano, as pessoas não têm noção e acabam causando prejuízo para o meio ambiente e para a população”, iniciou.

Segundo o bombeiro, muitos não se conscientizam do “mal danado” que é atear fogo, ainda mais neste período de tempo seco. “Não é à toa que os postos estão todos cheios e a pessoas sofrendo com relação à crise alérgica, por conta desse tempo seco e tendo problemas respiratórios”, finalizou.

Confira o depoimento do bombeiro logo após conter as chamas:

Como evitar incêndios?

O Corpo de Bombeiros acrescenta que o fogo provocado pelas pessoas é a causa mais frequente dos focos de incêndio em vegetações, terrenos baldios e pastagens. Comumente, a população utiliza o fogo para limpeza de terrenos. Como agravante, em muitos casos, o incêndio é usado por aqueles que têm interesse em limpar determinada área.

Dessa forma, em tempos de estiagem, o calor extremo e a baixa umidade relativa do ar contribuem para aumentar a quantidade de incêndios. Entretanto, as queimadas podem ser evitadas com pequenas atitudes diárias. São elas:

  • Não lançar pontas de cigarro pela janela do veículo quando trafegar por rodovias, pois a vegetação seca pega fogo com muita facilidade com a baixa umidade do período de estiagem.
  • Capinar terrenos sem uso do fogo.
  • Reduzir o uso de embalagens de produtos diversos, diminuindo a quantidade de lixo na natureza.
  • Ao realizar acampamentos, ser bastante cuidadoso na hora de acender fogueiras, velas e lampiões. Só acender fogueiras após limpar bem o local, retirando completamente a vegetação em volta. Procurar fazer fogueira em local aberto, como, por exemplo, numa clareira ou à beira do rio, para que o fogo não prejudique os galhos e folhas das árvores que estejam em volta ou acima dela. Quando não for mais utilizar a fogueira, certificar-se que as brasas estão apagadas e resfriadas. Se possível, enterrar as sobras de material (carvão, brasas e cinza). Não jogar os restos da fogueira no rio. Nunca se ausentar do acampamento deixando para trás a fogueira acessa ou com torrões em brasa.
  • Não jogar lixo pelas ruas e terrenos. As latas de metal, os cacos e garrafas de vidro podem se aquecer ao sol e acabar dando origem às queimadas.
  • Não soltar balões, pois além de ser perigoso é crime, conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98). O balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, produzindo grandes prejuízos patrimoniais, ameaça ao nosso meio ambiente e até mesmo colocando a integridade física e a vida das pessoas em risco.
  • Nos casos em que não seja possível evitar o surgimento do fogo, um combate especializado será necessário no local. Neste caso, aquele que presenciá-lo, deve acionar o Corpo de Bombeiros Militar pelo fone 193, permanecer calmo e identificar-se, informando o endereço correto e pelo menos um ponto de referência, aguardando na linha até que todas as informações sejam registradas.

Como os Bombeiros se preparam para este período?

Militar durante incêndio em vegetação na Capital (Henrique Arakaki / Jornal Midiamax)

Os militares atuam com ações preventivas, objetivando a implementação de ações para reduzir as causas dos incêndios e os riscos de propagação do fogo. Como as principais causas de incêndios, normalmente, estão relacionadas com a atividade do homem, estes são em sua maior parte evitáveis e essas ações de prevenção de incêndios têm de, necessariamente, incorporar trabalhos de conscientização e de educação ambiental da população.

Os militares do Corpo de Bombeiros já saem da formação da academia capacitados para atuar nessa área de incêndio em vegetação e incêndio florestal, no entanto, é feito o trabalho de ministrar instruções, visando sensibilizar, conscientizar e capacitar a comunidade.

Crime Federal

De acordo com o artigo 41 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, provocar incêndio em mata ou floresta é crime, com pena de reclusão de dois a quatro anos, e multa. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

Multa em Campo Grande

Em nota, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), por meio da PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande), informa que rotineiramente realiza vistorias em todas as regiões urbanas da Capital e caso identificada a queimada urbana, o proprietário do terreno é então autuado (multado), segundo o Código de Polícia Administrativa do Município Lei nº 2909, Artigo 18-A. Parágrafo único. “É vedado a utilização de queimadas para fins de limpeza de terrenos previstos neste artigo”.

A multa, neste caso, varia entre R$ 2.727,50 e R$ 10.910,00, de acordo com a área afetada. É disponibilizado à população a central 156 ou canal digital Fala Campo Grande, onde o munícipe poderá efetivar sua denúncia.

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