Os alertas de baixa umidade continuam em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, o percentual é de 26%, o que é bastante abaixo do ideal e, considerado, prejudicial à saúde. No entanto, mesmo com tempo seco e sem previsão de chuva, há quem piore a condição ateando fogo em lixos e terrenos baldios. As queimadas são constantes na Capital e têm gerado desconforto entre moradores do bairro Cabreúva, que sofrem com as fumaças.

Segundo os relatos, seja durante o dia ou até mesmo na madrugada, há sempre um foco de queimada, que foi provocado por quem parece não se preocupar com o ar seco, que prejudica a saúde de muita gente, principalmente, de quem tem alguma comorbidade e maior dificuldade para respirar.

“A gente que tem problemas respiratórios como bronquite sofre com isso. Idosos e crianças também sofrem. Agora mesmo estou com a garganta e peito cheio, tomando remédios e utilizando umidificador por conta da baixa umidade”, relata outro morador.

No grupo de WhatsApp, que conta com cerca de 300 moradores, as reclamações não param. “Tenho crianças pequenas e preciso manter a casa toda fechada porque nunca sei quando vão atear fogo em algo”, diz uma mãe preocupada com a saúde dos filhos.

“Vira e mexe colocam fogo em entulhos. Aqui existem famílias que tem bebês com menos de 12 meses, existe um morador com câncer no pulmão e tem um asilo também, sem contar que o Cabreúva é considerado o bairro com a maior população de idosos da capital”, pontua outra moradora.

A reclamação vem de moradores do bairro Cabreúva, mas o problema também é provocado pela população local, afinal, o fogo é ateado por pessoas que moram na região. Mas, vale lembrar que atear fogo em entulhos, matagal ou outro meio de propagação que pode levar a altos índices de fumaça é crime ambiental previsto em Lei Federal, com penalização, como sanções e multas.

Conforme a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), uma vez identificada a queimada urbana, o proprietário do imóvel é multado, conforme o Código de Polícia Administrativa do Município, Lei n. 2909, artigo 18-A. O valor a ser pago varia entre R$ 3.091,50 e R$ 12.366,00, dependendo a área afetada.

A população pode contribuir diretamente, formalizando as denúncias relacionadas às queimadas através da Central de Atendimento, 156. Vale pontuar que a denúncia pode ser anônima. Dessa forma, após o contato, a fiscalização é acionada e na sequência é feita a vistoria in loco.

Tempo permanece seco e sem previsão de chuva

Em Campo Grande, a umidade relativa do ar está em 26% e, conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), o tempo continua seco, sem previsão de chuva para os próximos dias, além de sol e poucas nuvens.

De acordo com o Cemtec, a condição meteorológica ocorre devido à atuação de uma lata pressão atmosférica em médios níveis da atmosfera que favorece o tempo mais quente e seco no Estado.

A presença de ar seco também provoca amplitudes térmicas, ou seja, variações de temperatura que podem chegar a diferença de 20°C em um mesmo dia.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mantém o alerta de baixa umidade relativa do ar em Mato Grosso do Sul. A situação crítica ocorre em todos os 79 municípios. Com calor e tempo seco, o risco de incêndios florestais e à saúde são maiores.

A recomendação é ingerir bastante água, umidificar o ar e evitar exposição ao sol em horários mais quentes.