Com salários atrasados, funcionários paralisam parcialmente serviços de limpeza e manutenção na Deam

Com receio de perderem os empregos, os funcionários paralisaram os serviços de forma parcial

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Deam (Nathalia Alcântara, Arquivo Midiamax)
Deam (Nathalia Alcântara, Arquivo Midiamax)

Há dez dias com salários atrasados, funcionários terceirizados que atuam no serviço de limpeza e conservação da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) paralisaram parcialmente os serviços em protesto pela falta de pagamento.

Os trabalhadores prestam serviços terceirizados por meio da empresa Prime Clean Comércio de Limpeza e Conservação, contratada pela Prefeitura de Campo Grande e conhecida por diversas denúncias de atraso salarial.

Conforme denúncias encaminhadas ao Jornal Midiamax, cerca de 15 funcionários dos setores de limpeza, manutenção e jardinagem aguardam pelo pagamento do salário e do vale-alimentação, que estava previsto para o dia 5 de junho. Com receio de perderem os empregos, os trabalhadores optaram por paralisar parcialmente os serviços.

“Não vamos parar totalmente porque eles podem nos remover daqui. Dependemos deste emprego, há pessoas que trabalham aqui há 8 anos. Além disso, temos família para sustentar e contas para pagar”, afirma a denunciante, que preferiu manter o anonimato.

A funcionária alega ainda que havia um grupo de WhatsApp onde podiam se comunicar com representantes da empresa; no entanto, após o atraso salarial, receberam uma ordem para excluir o grupo.

Na última quarta-feira (12), servidores terceirizados que prestam serviço para a SED (Secretaria de Estado de Educação) também denunciaram atrasos de pagamentos salariais pela empresa Prime Clean. Conforme a denúncia, os atrasos são recorrentes e se estendem aos vales e até ao FGTS.

Contrato de R$ 1,5 milhão

Em 2019, a Prefeitura de Campo Grande assinou contrato de R$ 1,5 milhão com a Prime Clean Comércio de Limpeza e Conservação. A empresa pertence a Vinícius do Nascimento Saraiva, filho do ex-vereador da Capital, Airton Saraiva (DEM). O contrato assinado pelo então titular da Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), Antônio Lacerda (PSD).

A empresa deve fornecer serviço de limpeza, conservação, asseio e copeiragem na Casa da Mulher Brasileira, com fornecimento de equipamentos e materiais para execução. Na época, o Executivo Municipal destinou R$ 1.161.093,06 a empresa, conforme o Portal da Transparência.

Empresa acumula polêmicas

Terceirizados se reuniram na UFMS em protesto (Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Em fevereiro de 2023 o Jornal Midiamax relatou em reportagem protesto realizado por trabalhadores da Prime Clean, terceirizados da UFMS, por pagamento de salário e ticket alimentação atrasados.

Na época eles denunciavam o atraso de salários desde dezembro e ainda a falta de EPIS (Equipamentos de proteção individual) e bons uniformes para trabalhar. “Estamos sem luvas e botas”, disse uma funcionária ao Jornal Midiamax.

Em junho de 2023, reportagem voltou a relatar a dificuldade dos trabalhadores da Prime Clean, que fizeram novo protesto pelo pagamento de salário e ticket alimentação em dia. “Entramos às 6h, acordam às 4h. E a gente precisa ficar se humilhando para receber uma coisa que é nossa por direito”, relatou funcionária na época.

A situação não é exclusiva do Mato Grosso do Sul. A Prime Clean também presta serviço para a UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), onde também há relatos de atraso no pagamento dos funcionários desde fevereiro deste ano.

Ainda assim, a UFMS mantinha outro contrato vigente com a Prime Clean. Com início em 22 de julho de 2022 e data de término atualizado em julho de 2024, no valor global de R$ 7.856 milhões. O contrato prevê prestação de serviço para atendimento à Agecom (Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS) e programa de assistência à saúde.

Contratos renovados

Em maio deste ano, o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), campus de Campo Grande, prorrogou o contrato com a empresa Prime Clean, atualizando o valor da contratação para R$ 1 milhão, mesmo após a empresa ter sido alvo de críticas por atrasar salários.

O extrato de termo aditivo foi publicado nesta quinta-feira (16), no DOU (Diário Oficial da União). Conforme a publicação, esse já é o oitavo termo aditivo referente ao contrato que começou a valer em janeiro de 2020.

Além disso, em 2021, a Câmara Municipal de Campo Grande publicou via Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) a assinatura do contrato com a mesma empresa para prestação de serviços de sanitização de ambientes, sob demanda, para a higienização dos prédios pelo valor de R$ 13.488,96.

A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande e com a empresa Prime Clean, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto a manifestação.

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