A prefeitura de Campo Grande vai pagar R$ 1,9 milhão para empresa privada locar viaturas para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O gasto acontece após auditoria do SUS (Sistema Único de Saúde) apontar sucateamento na frota de ambulâncias de Campo Grande, além de outros problemas.

A contratação da empresa A & G Serviços Médicos LTDA foi publicada no diário oficial do município desta quarta-feira (22) e prevê a disponibilização de 10 ambulâncias. Após a assinatura do contrato, a empresa tem 60 dias para entrega das viaturas. A prefeitura afirma que, assim, deve renovar completamente a frota do Samu.

Em média, o serviço recebe 20 mil ligações e realiza 4 mil atendimentos por mês dos mais variados níveis de complexidade, entre eles acidentes de trânsito, emergências clínicas e remoção e transporte inter-hospitalar de pacientes.

Porém, com a falta de ambulâncias disponíveis, pacientes que precisam de atendimento esperam em média 1 hora, bem acima do ideal. O objetivo é que o serviço demore entre 8 e 10 minutos para chegar a uma ocorrência.

Relatório aponta série de problemas

A auditoria a qual o Jornal Midiamax teve acesso analisou dados de 2022 e o primeiro semestre de 2023. Nos primeiros quatro meses de 2023, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Campo Grande recebeu 78.240 ligações, das quais 29.051 foram atendidas pelo médico regulador. Mas apenas 15 mil demandas tiveram equipes móveis empenhadas.

Campo Grande tem sete distritos de atendimento e o Samu deve funcionar como retaguarda dos serviços da saúde da população, porém, auditoria mostra que o quantitativo de ambulâncias para a cobertura de distritos sanitários está defasado.

Atualmente, o suporte do Samu conta com uma central Samu Atendimento Móvel de Urgência, 4 unidades de suporte avançado, 10 unidades de suporte básico e duas unidades de motolâncias. Porém, são 8 ambulâncias e duas motolâncias ‘baixadas’.

A auditoria afirma que apesar de contrato de manutenção vigente, as manutenções nos veículos não têm ocorrido em tempo hábil, gerando danos ao atendimento. Além disso, há ambulâncias sem manutenção adequada e sem seguro patrimonial, indo contra o que estabelece o Ministério da Saúde.