Com déficit de R$ 9 milhões, Santa Casa recebe R$ 15 milhões para ‘desafogar’ dívidas

Os repasses serão destinados a insumos e manutenção do hospital

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Assinatura dos repasses
Assinatura dos repasses (Ana Laura Menegat, Midiamax)

Com o objetivo de reestruturar financeiramente a instituição, o Governo de Mato Grosso do Sul formalizou nesta terça-feira (24) o repasse de R$ 15 milhões à Santa Casa de Campo Grande, o maior hospital do Estado. Os repasses serão destinados a manutenção do hospital.

Atualmente, a Santa Casa opera com um custo mensal de R$ 41,8 milhões, enquanto o faturamento é de R$ 32 milhões, ou seja, 76,67% das necessidades. Isso resulta em um déficit de R$ 9,7 milhões, representando cerca de 23% do total.

Presidenta da Santa Casa, Dr. Alir Terra Lima, destacou que o montante será destinado à compra de insumos, medicamentos e à manutenção do hospital. Os recursos também visam aprimorar o atendimento aos pacientes nas unidades assistenciais do hospital.

“Desafogaremos a Santa Casa de Campo Grande quando conseguirmos o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, que atualmente apresenta uma defasagem de R$ 9 milhões. O problema é grave, e precisaremos de outras ações para alcançar esse equilíbrio e estabilizar nossas finanças”, afirmou.

Conforme a presidenta da instituição, a Santa Casa realiza cerca de 25 mil cirurgias ao ano, uma média de 107 cirurgias diárias. Até setembro a instituição realizou 994.677 exames por convênios. Hoje o hospital conta com sete leitos de área verde (não crítica) e seis vermelha (urgência).

“Nós temos dinheiro de sobra. A questão é, que enquanto o Estado aporta um recurso para Santa Casa, o gestor pleno não está fazendo o equilíbrio econômico financeiro do cobrado”, diz Alir Terra.

Repasse irá “socorrer” Santa Casa

O repasse realizado via convênio e mediado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), está dividido em três parcelas de R$ 5 milhões. Segundo o governo, os repasses visam garantir a continuidade dos atendimentos prestados nas unidades assistenciais da Santa Casa, com os recursos sendo direcionados ao pagamento de prestadores de serviços, conforme o plano de trabalho e parecer técnico.

Para o governador Eduardo Riedel (PSDB), os R$ 15 milhões representam uma forma de “socorrer” a Santa Casa em meio a uma situação crítica.

“É uma negociação técnica, mas extremamente importante. A Santa Casa tem feito o seu dever de casa e mostrou a necessidade desse recurso. Agora, o governo do Estado tem olhado com muita atenção para a estrutura de saúde dos municípios e do Estado como um todo,” afirmou Riedel.

Segundo o governador, o Estado tem um plano de saúde abrangente, com o processo de regionalização em andamento, em cidades como Três Lagoas, Dourados e, futuramente, Corumbá e Coxim, além de Campo Grande. “Estamos implementando unidades regionais. Com essa rede, nosso objetivo é otimizar cada vez mais o atendimento e melhorar a qualidade dos serviços prestados à população.”

Situação financeira da Santa Casa

(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Além da constante superlotação, a Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma dívida total de R$ 613 milhões, conforme apresentado no evento, sendo R$ 600 milhões em ação contra o município.

Em 2024, o Estado repassou cerca de R$ 83 milhões à instituição, sendo R$ 9 milhões mensais para custeio e manutenção de leitos de UTI Neonatal, mais R$ 2 milhões em convênios e aproximadamente R$ 200 mil oriundos de emendas parlamentares.

O hospital também acumula dívidas de R$ 35 milhões com fornecedores e funcionários. Durante o evento, o governador Eduardo Riedel mencionou que um novo Hospital Regional está nos planos para o futuro.

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