Em uma mesma semana, só na região central de Campo Grande, duas lojas foram alvos da criminalidade. Essa situação, somada ao alto índice de moradores de rua, pedintes e também de usuários de drogas, acabam afastando os consumidores, aumentando a insegurança dos lojistas e trazendo prejuízos que vão além da falta de venda.

O apontamento é feito por Adelaido Vila, presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Logistas de Campo Grande). Segundo ele, além da falta de segurança, outra problemática enfrentada por quem frequenta a região, também é uma questão de saúde pública e de assistência social.

“Nós temos aí uma questão social, que são os moradores em situação de rua, temos dependentes químicos, e é aí que entra a questão policial, porque é alto o índice de tráfico dentro da área central de Campo Grande. E por conta desse tráfico, nós estamos tendo muitos furtos, muitos arrombamentos, principalmente no período noturno”, aponta Adelaido.

Para o presidente da CDL, este cenário tem gerado um grande impacto na vida de quem trabalha e investe na área central e que uma alternativa seria retornar e intensificar o policiamento na região.

“Alguns anos atrás, nós conseguimos convencer a Polícia Militar da importância da moto patrulha aqui na área central, só que lamentavelmente, nos últimos meses, nós vimos que essa moto patrulha foi retirada. Gostaríamos que isso retomasse pela parte da rapidez, da agilidade com que esse moto patrulhador consegue chegar nos estabelecimentos. O sentimento que o centro tem hoje é de total abandono por parte desse ente que é tão importante”, afirma.

Conforme um levantamento feito pela CDL com 512 consumidores da área central, a maioria aponta sentimento de insegurança de frequentar a região, principalmente próximo ao horário de encerramento do expediente. Isso, segundo Adelaido, tem impactado fortemente nas vendas dos comerciantes.

“As pessoas pensam duas, três vezes antes de vir ao centro consumir. Além dessa questão, ainda temos um problema crônico que é a falta de estacionamento. Nos últimos anos, o poder público já tirou mais de 600 vagas”, pontua.

Habitação poderia melhor o cenário

Ainda conforme o presidente da CDL, o centro ser totalmente desabitado no período noturno corrobora drasticamente na sensação de insegurança, principalmente neste período do dia. Por isso, há um movimento da Câmara de Logistas de apoio a habitação na área central.

“Temos que trazer de volta moradores para o centro. Lamentavelmente, nos últimos anos, nas políticas que foram desenvolvidas da expansão da cidade, tiraram as pessoas da área central e impuseram a elas, que morassem muito distante do centro de Campo Grande. E aí, toda essa estrutura que custa muito hoje, ela fica completamente abandonada no período noturno”, explica Adelaido.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande informou que a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) já está em andamento com a instalação de novas câmeras de monitoramento.

“Esse equipamento irá ajudar a identificar suspeitos e diminuirá o tempo de resposta das equipes de campo. Além disso, a GCM já realiza as rondas diuturnas dos logradouros com equipes em viaturas, ciclopatrulhamento e a pé e irá disponibilizar mais servidores para que o comando da Região Centro possa aumentar os esforços de patrulhamento preventivo”, diz a nota.

*Matéria atualizada em 7 de maio, às 10h25, para acréscimo de resposta da Prefeitura de Campo Grande.

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