Com as patas quase curadas, a onça Miranda pode voltar à natureza em 30 dias

Onças-pintadas resgatadas em área queimada no Pantanal realizaram na quarta-feira (28) novos tratamentos especializados

Karina Campos – 29/08/2024 – 06:51

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onça
Onças passaram por nova sessão de tratamento (Gustavo Escobar, Imasul)

As onças-pintadas Miranda e Antã, resgatadas de áreas queimadas no Pantanal, passaram por novos tratamentos na quarta-feira (28). Enquanto a fêmea Miranda está com as patas quase curadas e deve voltar ao habitat natural em breve, o macho, Antã, requer cuidados intensivos, apesar de sinais promissores de recuperação.

Os curativos foram feitos no Hospital Veterinário Ayty, no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, por uma equipe do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e da UFMS (Universidade Federal de MS). Eles também passaram por exames de rotina, incluindo ultrassom e raio-X, essenciais para monitorar a saúde geral.

“Agora estaremos seguindo com a alimentação de Miranda e sua reabilitação para futura soltura do animal”, explicou a gestora do Hospital Veterinário Ayty, Aline Duarte.

De volta à natureza

O tratamento de Miranda incluiu a aplicação de pomadas cicatrizantes e sessões de ozonioterapia, técnicas que têm se mostrado eficazes na recuperação das lesões. A onça, batizada em homenagem ao município onde foi encontrada, chegou ao CRAS no dia 15 de agosto, pouco mais de 24 horas após ser avistada mancando em uma fazenda. Com a continuidade do tratamento, a expectativa é que ela possa retornar ao seu habitat natural dentro de 30 dias.

Antã, por outro lado, ainda necessita de cuidados mais intensivos devido o estado que foi encontrado. O macho foi resgatado no dia 17 de agosto na região do Passo do Lontra, em estado extremamente debilitado, com problemas pulmonares devido à inalação de fumaça das queimadas.

Segundo o Imasul, ele já começou a se alimentar melhor e a apresentar uma melhora gradual nos ferimentos. No entanto, a recuperação de Antã será mais lenta, exigindo monitoramento diário até que ele esteja totalmente curado.

Miranda foi realocada para uma nova jaula, especialmente adaptada para suportar a força de uma onça-pintada adulta. A jaula recebeu barras de ferro reforçadas, novos trincos, e teve seu espaço ampliado para proporcionar mais liberdade de movimento. A iluminação do local também foi renovada, criando um ambiente mais adequado para a recuperação dos animais.

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