De janeiro a abril de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 1.051 focos de incêndios, sendo o 5° em quantidade no país. Mato Grosso do Sul está em situação de emergência ambiental, devido às secas severas e à alta probabilidade de incêndios florestais. Equipes do Corpo de Bombeiros têm base permanente no Pantanal.

A Tenente Coronel Tatiane Inoue, comandante da Operação Pantanal, explica que são 43 militares atuando na operação que revezam equipes há cada 15 dias e atendem todo o Estado. Recentemente, uma equipe atuava em incêndio em Naviraí, próximo à rodovia MS-487, que dá acesso ao Paraná.

As equipes que estão no Pantanal estão distribuídas em Porto Murtinho, uma na base da UFMS, e outra na divisa com o Mato Grosso. Devido a incêndios na Bolívia, equipes atuam em conjunto com a brigada do país vizinho, para evitar que os incêndios passem de um território para o outro.

“Quando a gente encontra uma biomassa seca, baixa umidade relativa do ar, velocidade de ventos e as temperaturas altas, o fogo pode se espalhar da beira da rodovia para as propriedades, então o cuidado tem que ser a todo tempo com quem passa ali pela rodovia e também com os proprietários”, explica a comandante.

Pantanal é desafio para militares

Para os bombeiros, atuar no Pantanal é o maior desafio, devido a longas distâncias, difícil acesso e comunicação. Capitão Carlos Saldanha, chefe operacional do Corpo de Bombeiros, explica que dependendo da região onde há focos, equipes chegam a demorar 10 horas para chegar ao local.

“A gente não dispõe de acessos, não dispõe de comunicação. Por exemplo, para eu mandar uma equipe na divisa com o estado do Mato Grosso, eu demoro em média de dois a três dias, porque é quase um dia que estamos deslocando daqui para Corumbá e para pegar um barco em Corumbá e subir para lá, são mais 10 horas de barco”, explica.

Outra situação é a falta de comunicação com as equipes de campo, conseguindo contato apenas quando chegam na base. “Nós temos que acostumar que no Pantanal ainda temos essa dificuldade, pode soar para alguns como muito tempo, mas é o que é normal para aquela região devido às condições demográficas daquela região”.