A Avenida Duque da Caxias, em Campo Grande, é o primeiro contato de pessoas que chegam ao município pelo aeroporto. É, também, uma das principais conexões entre a região do Imbirussu e o Centro. Com isso, é de se esperar trânsito intenso na via, sobretudo nas horas de pico.
Assim, a implantação de uma ciclovia em trecho da avenida tem causado descontentamento de motoristas. Isso porque a área útil para tráfego de veículos automotores foi diminuída, piorando a circulação, em trecho em que motoristas e motociclistas ainda dividem espaço com caminhões, já que também se trata de uma das saídas da cidade.
Além disso, segundo relatos de motoristas que usam a via diariamente, a ciclovia naquela área é pouco utilizada, mas tem um enorme impacto no trânsito, principalmente no horário de pico.
A faixa exclusiva para trânsito de bicicletas foi instalada pela Prefeitura de Campo Grande, em obra de recapeamento e pavimentação. A tendência observada nas últimas obras deste tipo do Executivo Municipal é que já incluam a ciclovia nos projetos.
O mecânico Rubens Bongradis, que mora há 30 anos na região do Jardim Sayonara, relatou ao Jornal Midiamax que a ciclofaixa deveria ser construída no canteiro – o que ocorre em outros trechos da Duque de Caxias -, para trazer principalmente mais segurança aos ciclistas. “Ficou meio perigoso para eles”, disse.
Congestionamento
Quem também sempre passa pela Duque da Caxias e notou a diferença no trânsito é a aposentada Eunice Suakura. Ela mora em Terenos, mas sempre vem para Campo Grande. “É meio congestionado na hora do pico, mas sempre foi”, opina ao Jornal Midiamax.
As intervenções da Duque de Caxias previam 5,91 km de pavimentação, além de 3,15 km de ciclovia na primeira etapa. A segunda parte previa 1,4 km de pavimentação e 1,4 km de ciclovia.
Problemática das ciclovias em Campo Grande
Conforme o arquiteto Tiago Eloi, entusiasta e pesquisador da área, o principal problema da malha cicloviária da cidade não é a extensão das faixas, mas a falta de ligação entre elas. Na sua visão, para que Campo Grande se torne um local adaptado para ciclistas, além da interligação, outros aspectos se mostram carentes de melhorias.
Analisando o mesmo tema, porém sob outra ótica, Guilherme Pires Veiga Martins, propôs em pesquisa um índice que avalia a estrutura cicloviária da cidade de Campo Grande.
Segundo ele, “Campo Grande está entre as 12 maiores infraestruturas cicloviárias das capitais brasileiras, a sua formação espacial com baixa densidade populacional, vazios urbanos e pouca verticalização, originou uma malha viária extensa, comparável à de grandes cidades como Belo Horizonte e Recife”, destacou na conclusão.
Porém, afirmou que a malha cicloviária de Campo Grande “não se apresenta em quantidade adequada e grande parte das infraestruturas não têm condições satisfatórias para garantir a mobilidade urbana por bicicleta”.
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