A estiagem, aliada às ondas de calor, impactou significativamente a população de Mato Grosso do Sul, porém, para os produtores de hortaliças, os impactos foram ainda mais severos. Apesar dos prejuízos, a chuva registrada nesta quinta-feira (21) reacendeu a esperança entre os produtores de Campo Grande.

O calor intenso resultou em uma perda considerável de produtos agrícolas, o que por consequência gerou aumento nos preços praticados nos supermercados. Na horta de Valdemar Neumann, as altas temperaturas resultaram na perda de 30% de sua produção.

Horta
Plantação de alface (Nathália Alcântara-Midiamax)

Valdemar, que há uma década cultiva verduras em sua horta no Jardim Noroeste, afirma nunca ter enfrentado tantos desafios devido ao calor como nos últimos anos.

“Perdas são comuns, é parte do processo, mas nunca vi nada como o clima do ano passado nesses dez anos de produção. Além disso, foi muito difícil trabalhar nesse calor intenso; a produção não vingava”, relata.

Com altas temperaturas, folhas não desenvolvem

O produtor explica que, devido às altas temperaturas, as folhas não se desenvolvem adequadamente. À medida que as plantas crescem, suas raízes procuram nutrientes no solo, mas, com a temperatura elevada, muitas delas acabam morrendo ou não se desenvolvendo como deveriam.

Horta
Hortaliças (Nathália Alcântara-Midiamax)

“Tivemos dias em que o termômetro chegou a marcar 40°C, e a sensação térmica era ainda pior. As folhas geralmente suportam até 30°C, mas quando passa disso, as plantas começam a sofrer”, explica.

Na horta, Valdemar produz alface, couve, brócolis, entre outras folhagens, que são vendidas a comerciantes e moradores em seu hortifrúti, no Noroeste.

Segundo o produtor, as verduras mais afetadas pelo calor foram a alface e a rúcula, produtos que também estão entre os mais consumidos.

“Os clientes reclamam do tamanho dos pés de alface, mas não entendem que elas estão menores devido ao calor, que afeta seu crescimento”, lamenta.

Horta
Cícero (Nathália Alcântara-Midiamax)

Cícero Nogueira da Costa, trabalha há 8 anos como produtor agrícola em uma horta no bairro Novos Estados, ele considera que as recentes ondas de calor representaram a pior época para os produtores.

“Tive que usar mais água devido ao clima seco e ter cuidados extras com as plantações, mas mesmo assim elas não cresceram como deveriam”, relata.

Tanto Valdemar quanto Cícero afirmam que os problemas nas hortas resultaram em um aumento significativo nos preços dos produtos, afetando tanto os produtores quanto os consumidores finais.

Chuva traz alívio aos produtores

Horta em Campo Grande
Horta em Campo Grande (Nathália Alcântara-Midiamax)

Em meio aos inúmeros prejuízos, a chuva registrada na quinta-feira (21) trouxe alívio e esperança aos produtores, que esperavam por um outono tranquilo.

“Essa chuva foi um alívio para nós. Compensou as perdas das últimas semanas; se as condições não melhorassem em breve, não teríamos mais folhas. Agora, estamos com expectativas positivas”, ressalta Valdemar.

Para Cícero, a chuva foi motivo de gratidão, mas ele destaca que um excesso de água também pode ser prejudicial.

“Estávamos esperando por essa chuva, foi motivo para agradecer, tanto para mim quanto para as plantas. Porém, muita chuva também não é ideal; três dias seguidos de chuva trariam prejuízos. Se o tempo se mantiver assim, estaremos bem”, conclui.

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