Está pelas ruas de Campo Grande na manhã deste domingo (28) e ouviu buzinas de caminhões? Então não fique assustado, mas alegre, porque é a maneira que os condutores encontraram de comemorar o Dia do Motorista e também o Dia de São Cristóvão, padroeiro dos caminhoneiros, que foram celebrados no último dia 25.

A comemoração deste domingo deve reunir cerca de 300 motoristas e familiares de todo o Mato Grosso do Sul. O ponto de encontro é a entrada da Rua 57, no Bairro Nova Campo Grande. Depois, às 10h, os motoristas saem em direção à Praça do Papa, onde assistem a um culto ecumênico.

A esposa de um motorista de caminhão e uma das organizadoras da comemoração, Rozane Serem explicou ao Jornal Midiamax que após o culto religioso, a festa continua na Praça do Papa, com DJ e até praça de alimentação. “É uma forma de os motoristas curtirem com as famílias”, conta.

‘Buzinaço’ segue até a região central – (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Esse é o terceiro ano consecutivo da celebração, organizada por grupos de WhatsApp e também por páginas no Instagram. Para Ederson Amaral Barbosa, que há 23 anos trabalha pelas rodovias do estado, a Carreata de São Cristóvão é uma maneira que os motoristas encontraram de se reunir fora de postos de combustíveis e pontos de descarga.

“Para nós é muito importante, porque a gente vem receber a benção do padre, e isso é algo que acontece uma vez por ano. A gente vive na estrada viajando e não sabe o dia de amanhã”, conta. O caminhoneiro conta que todas as viagens trazem uma incerteza da volta. “Eu saio para viajar e não sei volto para casa, então a gente aproveita esse momento entre nós e as nossas famílias”.

A esposa dele, Patrícia Castilho se declara ex-caminhoneira. Ela conta que foi motorista de caminhão por três anos e costumava acompanhar o marido nas viagens, contudo, agora se dedica ao filho do casal. Mesmo assim, o coração fica apertado toda vez que o companheiro sai para o trabalho.

Famílias curtem comemoração – (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

“É muito difícil, porque todas as vezes que ele sai de casa, a gente fica com o coração na mão. [Mas] Estamos acostumados porque já temos muito anos juntos, 11 anos de casados. Minha vida sempre foi essa: andar com ele pelas estradas. Já conheci diversas cidades e é muito prazeroso nesse sentido”, conta.

Quando Ederson deixa a família para trabalhar, o que resta é a fé da volta. “A gente sabe que ele sai, mas nunca sabe se volta e ficamos em casa pedindo a proteção de Deus. Todas as vezes que ele chega, é uma grande emoção”, conta. Patrícia também reconhece a importância da profissão. “É uma profissão muito bonita, que eu sempre gostei, porque sem os caminhoneiros não somos nadas, eles que trazem tudo para nós”.

A Carreata será acompanhada por viaturas da Polícia Militar e também da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que fazem escolta dos participantes.