Após cerca de 6 horas de incêndio na Aldeia Lagoa Bonita, na região norte de Campo Grande, nesta sexta-feira (26) o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) conseguiu controlar e fogo e atua no trabalho de rescaldo. Segundo as equipes no local, os moradores ficaram entre o fogo, por haver dois focos de incêndio: um em fazenda e outro na área aos fundos da aldeia.

Em última atualização, os bombeiros informaram que parte do fogo retornou após ser controlado, mas em uma área mais distante das casas. As equipes devem permanecer no local até o período da noite para controlar qualquer chama que volte a queimar.

Segundo o tenente Ícaro Tomazini, foram empregados cerca de 7 mil litros d’água na contenção das chamas e mais 15 militares, mas ainda não é possível mensurar a extensão de área consumida pelo fogo. A Defesa Civil também esteve no local.

Equipes de secretarias da prefeitura também foram ao local. Segundo o diretor da Emnha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários, Claudio Marques, 280 famílias vivem na aldeia.

Até o momento, foi confirmado que o fogo atingiu quatro casas e, nesse caso, essas famílias foram encaminhadas para abrigo temporário no Ginásio Tarsila do Amaral.

Além disso, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também foi ao local para prestar os socorros necessários. Crianças e idosos estão sendo afastados da área enquanto a fumaça não diminui.

Uma das casas mais atingidas pelo fogo foi a de Josiane Dias Lemos da Silva, 40 ano. Ela vivia na casa com mais oito pessoas: o marido, dois filhos, além da irmã, cunhado e três sobrinhas adolescentes.

A casa deles teve janelas estouradas, paredes e cobertores queimados. Segundo a Defesa Civil, a estrutura da casa foi comprometida e não há previsão para eles possam voltar a residir no local. Entretanto, a prefeitura informou que dará toda a assistência necessária.

População lutou com as próprias mãos

Uma das moradoras afirma que o incêndio começou por voltas das 9h. “O fogo veio do Anache para cá e veio com tudo. Foi muito rápido. Não deu tempo de nada. E aí teve gente correndo, gritando e muita fumaça. Retirei meus móveis todos para ver se não perdia tudo”, disse.

Parte da população se mobilizou para conter o fogo, utilizando mangueiras e baldes. Entretanto, a Defesa Civil alerta que essa ação é muito perigosa e deve ser feita apenas por profissionais

Ainda conforme os relatos, a população viu que o fogo se alastrou rapidamente, tomando conta de uma área muito grande em questão de minutos.

Alguns deles conseguiram caminhões, nos quais colocaram parte de seus pertences pessoais e móveis, por temerem que mais casas fossem atingidas pelo fogo.

Não há confirmação do que realmente causou o incêndio, mas alguns moradores desconfiam que tenha sido uma queima criminosa proposital.

Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

Tempo seco deixa MS na linha de perigo e incêndios

Os 79 municípios de Mato Grosso do Sul seguem sob dois alertas de baixa umidade do ar emitidos pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Com o ‘combo’ de altas temperaturas, o clima no Estado está propício para o avanço de incêndios urbanos e florestais. 

Segundo o Inmet, um dos avisos meteorológicos representa grau de perigo e tem validade até as 17h. O segundo está classificado com grau de perigo potencial e termina às 19h. 

“Umidade relativa do ar variando entre 20% e 12%. Risco de incêndios florestais e à saúde. Ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz”, alerta o Instituto. 

Nos últimos dias, ocorrências de incêndios têm se tornado comuns em todas as regiões. Nesta semana, 50 hectares de um terreno no Jardim Cerejeiras foram destruídos pelo fogo, 10 hectares de uma área particular nos altos da Avenida Afonso Pena também foram devastados e um lixão foi atingido no Jardim Ilhéus. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, de janeiro a julho deste ano Campo Grande somou 614 registros de incêndios. Somente neste mês, foram 105 ocorrências, com chances de superar junho, que teve 118 casos e destaque para o maior pico do ano.

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