Em ato realizado neste domingo (28), um grupo de 200 venezuelanos se reuniu na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande, para manifestar pela liberdade e democracia da Venezuela. O evento também tinha como objetivo expressar o descontentamento com a impossibilidade de voto dos venezuelanos que vivem fora do país.

Vestidos de camisetas brancas e segurando cartazes e bandeiras, os manifestantes reivindicaram seus direitos. Mirtha Carpio, presidente da associação venezuelana em Campo Grande, destacou que a concentração pacífica contou com mais de 200 venezuelanos, todos reunidos em prol da democracia e da liberdade na Venezuela.

“Nossa ação clamou pela paz e por eleições democráticas que sejam respeitadas pelo governo atual! Uma Venezuela livre”, disse a organizadora.

Cerca de 21 milhões de venezuelanos vão às urnas neste domingo (28) eleger o próximo presidente, que irá governar o país sul-americano entre 2025 e 2031. O atual presidente, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, enfrenta nas urnas nove concorrentes.

Atualmente, estima-se que entre 3,5 e 5,5 milhões de venezuelanos elegíveis para votar residam fora da Venezuela. No entanto, apenas 69 mil estão registrados para votar, de um total de 21 milhões de eleitores.

As manifestações prestam apoio a Edmundo González Urrutia, candidato à Presidência da Venezuela pela Plataforma Unitária Democrática (centro). O candidato representa uma coalizão de 11 partidos de centro-esquerda e centro-direita, que se opõe ao atual presidente do país, Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (esquerda).

Mobilização nacional

O ato fez parte de uma mobilização internacional. No Brasil, a Redeven (Rede de Venezuelanos no Brasil) promoveu eventos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Manaus, Juiz de Fora, Joinville, Porto Alegre, Recife e Cuiabá.

Atraso na limpeza da Praça impactou manifestação

Praça do Rádio Clube
Praça do Rádio Clube (Henrique Arakaki, Midiamax)

Lixo, vidros quebrados e até preservativos espalhados pelo chão, esse era o cenário pós-evento na Praça do Rádio Clube na manhã deste domingo (28). O local deveria passar por limpeza nas primeiras horas do dia para receber uma manifestação organizada pela associação de venezuelanos às 9h, mas isso não ocorreu, prejudicando o cronograma do evento.

A venezuelana Visnelys Aguilera chegou à Praça por volta das 8h para participar da manifestação e trabalhar como vendedora ambulante. No entanto, ficou assustada e preocupada com a possibilidade de associarem a sujeira aos venezuelanos, população frequentemente estigmatizada.

“Fiquei muito preocupada de associarem essa sujeira ao nosso evento. Somos muito gratos a este país por nos receber, e não queremos que pensem que essa bagunça é nossa. Mandei mensagem para presidente da associação, mas ela não me respondeu”, disse.

Ao se deparar com o caos deixado na praça, o também ambulante José Gregorio chegou a questionar se o evento ainda ocorreria. “Fiquei na dúvida se o evento seria aqui mesmo por causa de toda essa sujeira”, acrescentou.

Em nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) esclareceu que, sempre que há evento em locais públicos, a limpeza ocorre no dia seguinte. No caso da Praça do Rádio Clube, a limpeza está programada e será feita ainda na manhã deste domingo (28).

Venezuelanos em Mato Grosso do Sul

Em 2023, a Polícia Federal registrou 5.170 pedidos de registro de imigrantes estrangeiros em Mato Grosso do Sul. Esses pedidos referem-se ao cadastro para a emissão do Registro Nacional Migratório (RNM), com base nos dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra).

(Foto: Divulgação)

No ano anterior, 2022, Mato Grosso do Sul contabilizou um total de 6.067 trabalhadores estrangeiros, conforme o Relatório Anual 2023 do OBMigra (Observatório das Migrações Internacionais), em parceria com a Senajus (Secretaria Nacional de Justiça).

Esse número é quatro vezes maior do que o registrado em 2013, quando havia 1.419 trabalhadores imigrantes no estado. Além disso, Mato Grosso do Sul superou os estados vizinhos, Mato Grosso e Goiás, que registraram 5.614 e 3.017 trabalhadores imigrantes, respectivamente, no mesmo período.

Em março deste ano, a Superintendência Regional da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul e a Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos) firmaram um acordo para promover o registro e a regularização dos imigrantes em Campo Grande.

Essa cooperação visa unir esforços para prestar assistência e orientação aos imigrantes em Campo Grande, visando agilizar a regularização de maneira rápida e eficiente. Dessa forma, busca-se facilitar a submissão e o trâmite dos requerimentos, promovendo uma melhor integração dos imigrantes no território nacional e na Capital.

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