Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) disse em agenda pública nesta sexta-feira (12), em Dourados, que o governo “tem que trabalhar muito para não permitir” que situação como a do bebê indígena morto por desnutrição, volte a acontecer.

O bebê com pouco mais de um ano morreu dia 2 de maio, com diagnóstico de desidratação grave, desnutrição energético-proteica e gastroenterocolite aguda. As causas foram apontadas na declaração de óbito da criança.

Ao Jornal Midiamax, o governador disse que equipe da assistência social do Estado esteve no local no mesmo dia da morte e fez um levantamento de tudo que levou até aquela situação. “Temos que combater isso, sem trégua e sermos cada vez mais ser assertivo nas nossas políticas públicas, para que isso não volte a acontecer”.

Bebê era irmão de quatro irmãos e vivia em barraco de lona

O bebê morto por desnutrição morava com a mãe e quatro irmãos no Assentamento Santa Felicidade, em Dourados. As condições de misérias são constatadas em uma rápida olhada pelo local, que recebeu uma força-tarefa no dia seguinte à morte para um mapeamento da situação.

O grupo composto pelo MPF (Ministério Público Federal), Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e Secretaria Estadual de Assistência Social e Diretos Humanos conversou com a mãe da vítima e também com vizinhos. A visita foi acompanhada com exclusividade pela reportagem do Jornal Midiamax.

Duas panelas abertas sobre a mesa, com restos de bobó de galinha, arroz e alguns pedaços de carne, espalhadas entre um litro de leite longa vida, uma lata de suplemento vitamínico e um pacote de biscoitos. A cena, apesar de estarrecedora, diante do aspecto de insalubridade, mostra que a família tinha alimentos, pelo menos para o sábado (6).

Encravado quase no final de uma das ruas estreitas de terra, está o barraco onde morava a criança de pouco mais de um ano. O lugar de chão batido coberto por lonas, já em deterioração e paredes de papelão e cobertores, tem apenas dois cômodos.

Um deles é usado como quarto pela mãe e também pelas três meninas e outro funciona como sala e cozinha, onde também fica um sofá encardido e uma cama usada pelo menino mais velho, de 7 anos. Sem água encanada, nem energia elétrica e com sujeira para todos os lados, o local está bem distante de poder ser chamado de casa.