O período do outono e inverno é conhecido dos sul-mato-grossenses pelo tempo seco e muita variação de temperaturas. Com a diminuição das chuvas, a umidade relativa do ar tem chegado a 20%, o que reascende o alerta para os cuidados com a saúde.

Para o médico otorrinolaringologista, Celso Nanni Junior, da Unimed Campo Grande, um dos principais problemas que esse tempo traz para a saúde são os de origem respiratória.

“[…] Isso pode levar ao ressecamento das vias respiratórias e irritação das membranas mucosas, resultando em sintomas como tosse, congestão nasal, ressecamento da garganta e maior incidência de infecções respiratórias, como resfriados e sinusites”, explica ele ao Jornal Midiamax.

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Imagem ilustrativa. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Além disso, o profissional ressalta que a umidade baixa também propicia a pele seca – que fica áspera, descamativa e mais propensa a coceiras e irritações -, além de desidratação. “As pessoas tendem a transpirar mais e perder líquido pela respiração, mesmo sem perceber. A desidratação pode causar fadiga, tonturas, dores de cabeça e outros sintomas”, diz Celso à reportagem.

O especialista ainda elenca que em alguns casos, o tempo pode levar ao agravamento de doenças crônicas como asma, bronquite ou rinite alérgica.

Grupos de risco

Crianças abaixo de cinco anos, além de idosos e pessoas com comorbidades, estão nos grupos mais vulneráveis para as doenças respiratórias. No outono, são comuns as viroses respiratórias como as rinossinusites agudas, laringites e faringites virais.

O médico otorrinolaringologista, Bruno Higa Nakao, alerta para os distúrbios de vias aéreas inferiores, como crises de bronquite ou asma e, em casos graves, evolução para pneumonias.

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Situação caótica em unidades de saúde. (Foto: Leitor Midiamax)

É frequente que pacientes se queixem de tosse, rouquidão, irritação de garganta e nariz entupido ou coriza devido à inflamação das vias aéreas

“Como vivemos em situação de vulnerabilidade devido à mudança climática abrupta e aglomerações em ambiente escolar e de trabalho, existe uma quebra da barreira da mucosa respiratória, estando as crianças a iniciar os quadros primariamente associados à baixa imunidade e que transmitem por gotículas de secreção aos pais e destes no trabalho, tornando um ciclo de difícil controle”, diz.

Como se cuidar com o tempo seco?

Alguns cuidados podem ajudar a amenizar as consequências do clima seco e variação de temperatura, segundo Celso. A principal delas é a hidratação adequada.

“Beber bastante água ao longo do dia é essencial para compensar a perda de líquidos devido à transpiração. Evite o consumo excessivo de cafeína e álcool, pois eles podem contribuir para a desidratação”, recomenda.

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Umidificadores de ar (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Além disso, com a umidade do ar baixíssima e municípios de MS entre as situações mais críticas do país, umidificar o ambiente tem um papel fundamental nesta época, conforme o médico otorrinolaringologista.

“Aumentar a umidade no ambiente ajudará a manter as vias respiratórias e a pele mais hidratadas. Certifique-se de limpar e trocar regularmente a água do umidificador para evitar a proliferação de bactérias e fungos”, ressalta o profissional.

Atenção aos horários mais quentes

É recomendado que as pessoas evitem exposição prolongada ao ar livre em horários muito quentes e secos. “Tente limitar o tempo que você passa em ambientes externos durante os períodos mais quentes e secos do dia, especialmente se você for sensível a condições climáticas extremas”, orienta Celso.

Usar roupas adequadas – mais leves e respiráveis em climas quentes – para ajudar a manter o corpo fresco. Se necessário, proteger-se com chapéus e roupas de manga longa para evitar exposição direta ao sol.

Além de tudo, o médico orienta também a manter a casa limpa para reduzir o acúmulo de poeira e alérgenos. “Use panos úmidos ao invés de espanadores secos, aspire regularmente e evite tapetes e cortinas que possam reter poeira”, diz.