Os 200 funcionários de frigorífico localizado na Chácara das Mansões em Campo Grande seguem com as atividades paralisadas devido à falta de pagamento de salário e direitos trabalhistas. Apesar de reunião com empresa, o STICCG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande) alega que não houve resolução e, por isso, deve entrar na justiça com ação para obrigar frigorífico a pagar os profissionais. Conforme apuração do Jornal Midiamax, a empresa já vive um histórico de falta de pagamentos.

“Todo mês atrasa, vai empurrando com a barriga, conversa daqui e dali. Dessa vez, o salário de alguns caiu pela metade e de outros nem caiu. O FGTS atrasa desde abril”, disse um funcionário.

Vilson Gimenes Gregório, presidente do Sindicato da classe, contou ao Jornal Midiamax que foi realizada reunião na terça-feira (11) entre o setor de Recursos Humanos do frigorífico com o jurídico e diretor financeiro do sindicato para tentar normalizar a situação, porém, RH não deu nenhum posicionamento sobre o pagamento. Além disso, paralisação dos funcionários teria começado no último sábado (8), mas eles se comprometeram a trabalhar no domingo para fazer o abate de gado. No entanto, foram barrados pelo médico veterinário da empresa.

Então, teria sido o próprio frigorífico a mandar os funcionários para casa a partir de segunda. “Querem que os funcionários fiquem em casa sem receber”, diz o representante da classe.

Dessa forma, Vilson afirmou ao Jornal Midiamax que vai ingressar com ação contra a empresa na Justiça do Trabalho com pedido de liminar para obrigar o frigorífico a acertar as contas dos funcionários.

“Não quer dialogar, fica enrolando, não dá certeza. A conta do trabalhador não espera”.

O mesmo foi apontado por outro trabalhador. Ao Jornal Midiamax, profissional alega que está em casa e que a empresa não deu nenhum retorno sobre a data do pagamento. Além disso, frigorífico estaria com o “portão fechado”.

Frigorífico foi denunciado ao MPT

O MPT (Ministério Público do Trabalho) também recebeu uma denúncia contra o frigorífico. Segundo a entidade, empresa foi denunciada por suposto atraso de pagamento salarial ocorrido já há meses. Assim, o MPT deve investigar o caso no prazo de até 30 dias, a contar do recebimento da denúncia, prorrogável por 90 dias.

“Nesse período, o procurador poderá colher informações preliminares para deliberar sobre a instauração de eventuais procedimentos, assim como requerer diligências aos órgãos de fiscalização do Trabalho”, informa a entidade. O MPT ainda alega que não existem outros procedimentos instaurados em face da empresa.

Funcionários cobraram posicionamento

Diante da reivindicação, funcionários de todos os setores foram à frente da empresa cobrar um posicionamento na última segunda-feira (10). Um deles disse que foram orientados a aguardar retorno em casa. “A gente precisa que ou eles nos segurem, ou soltem de vez, não podemos ficar aguardando. Temos um vínculo ativo na carteira de trabalho, se for para procurar outro emprego, a empresa precisa decidir”, pontua.

O atraso estaria prejudicando a vida financeira da classe, como pagamento de aluguel, alimentação da casa. A carga horária também teve alteração após a nova gerência. “Antes era de segunda a sexta-feira, foi pedido para vir sábado. Falaram que isso iria durar dois meses, mas já são seis meses”.

O Jornal Midiamax também tentou contato com a empresa por meio de telefone fixo e celular. Espaço segue aberto para manifestações.