Sesau anuncia reforço de quatro ambulâncias após casos de demora em atendimento

Frota reduzida e alta demanda têm causado espera que pode chegar a 21h
| 13/07/2023
- 12:00
ambulância
(Ilustrativa/PMCG)

Campo Grande enfrenta problemas diante da alta demanda de atendimento e poucas viaturas disponíveis. A (Secretaria Municipal de Saúde) informou nesta quinta-feira (13) que quatro novas viaturas estão em processo de aquisição e devem chegar no prazo de 120 dias - 4 meses.

A secretaria diz que a proposta amplia a oferta de transporte eletivo de pacientes que fazem tratamento contínuo. A compra está na fase de processo licitatório.

Atualmente, a média mensal é de 100 pacientes acolhidos, com frota de nove veículos atuando. A expectativa é que o reforço amplie a oferta em 240 atendimentos por mês.

 

“Considerando que uma única ambulância realiza em média o transporte de 20 pacientes acamados, entre aqueles que fazem tratamento contínuos como hemodiálise, por exemplo, e esporádicos. Os veículos são equipados para dar todo suporte necessário ao paciente durante o transporte”, pontua o comunicado.

Demora gera reclamação

Leitores do Jornal Midiamax relatam que, desde o começo de julho, há uma demora para atendimento seja do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou do Corpo de Bombeiros Militar de , especialmente quando se trata de transferência de um paciente de uma unidade de saúde para um hospital.

A demora, nesses casos, pode chegar a 21 horas como foi para a saladeira Luciana Brandão, de 44 anos, que esperou das 23h de domingo (9) até às 21h de segunda-feira (10) para ser transferida da UPA para a Santa Casa, mesmo com a vaga liberada já no hospital. A mulher hipertensa caiu em casa e bateu a cabeça, o que gerou um grave sangramento.

 

Conforme conta a filha, Stephanie Brandão, de 21 anos, a família precisou desembolsar R$ 1.026,00 para que uma ambulância particular fizesse a transferência da mulher que chegou em estado grave na Santa Casa e foi internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva).

“Ela tem pressão alta, desmaiou, bateu a cabeça e ficou desnorteada, não fala coisa com coisa. Isso foi negligência porque liguei em tudo quanto é lugar, até para deputados, e ninguém fez nada. A minha mãe estava toda mijada, vomitando sangue e sangrando”, recorda a filha.

Poucas ambulâncias para muitas ocorrências

Campo Grande tem 897,93 mil habitantes, segundo o Censo Demográfico 2022. São 16 viaturas para atender toda cidade com quase 900 mil moradores, sendo 5 do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul e 11 do Samu.

 

Contudo, Campo Grande já chegou a ter 13 viaturas do Samu em 2019.

No CBMMS, as ambulâncias são denominadas viaturas URs (Unidades de Resgate). Na Capital, dos cinco veículos, quatro são para suporte básico e um é Ursa (Unidade de Resgate e Suporte Avançado).

As ambulâncias do Samu e do Corpo de Bombeiros fazem atendimento de vítimas de acidentes de trânsito, emergências clínicas e no transporte inter-hospitalar de pacientes.

A prioridade das duas entidades é atender casos de urgências e emergências, como acidentes graves de trânsito, paradas cardiorrespiratórias, obstrução das vias aéreas e incêndios. O tempo de atendimento varia de acordo com a complexidade e gravidade da ocorrência.

Casos 'menos graves' esperam mais tempo

A classificação de prioridades é um dos pontos para a demora no atendimento na Capital, como foi o caso da idosa que esperou 40 minutos por uma ambulância depois de cair de um carro de aplicativo, do idoso que sofreu AVC e esperou por horas para ser transferido de uma UPA para a Santa Casa e de um jovem de 15 anos que esperou uma ambulância sentido muita dor com o joelho deslocado.

“Há sempre a ponderação das ocorrências mais graves primeiro. Considerando esses fatores, aquelas ocorrências não consideradas de urgência ou emergência serão atendidas posteriormente, conforme disponibilidade”, afirma o CBMMS.

Já a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), responsável pelo Samu, afirma que as prioridades são os atendimentos de rua, como são chamadas as ocorrências em que o paciente precisa de socorro, em detrimento aos transportes de pacientes às unidades hospitalares.

“Uma vez que estes já estão com quadros estabilizados e possuem acompanhamento médico”, afirmou a Sesau em nota.

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