Sem-teto que protestaram em área nobre pedem apoio por moradia na Câmara de Campo Grande
Grupo foi obrigado a desocupar uma área no bairro Lagoa Park e cerca de 100 pessoas dormem ao relento
Anna Gomes, Thalya Godoy –
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As famílias que foram obrigadas a desocupar um terreno no bairro Lagoa Park e realizaram um protesto em um terreno próximo à Avenida Ceará, na última quarta-feira (09), estiveram na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quinta-feira (10).
O grupo pede apoio da Casa de Leis sobre o tema moradia, já que depois da desocupação as 50 famílias e cerca de 100 pessoas estão sem-teto e dormem ao relento. De acordo com os manifestantes, no grupo estão crianças recém-nascidas.
Segundo Karlos Henrique, as famílias, incluindo crianças, estão sem qualquer tipo de abrigo, já que nem barracos conseguem construir no bairro Lagoa Park.
“Colocamos as nossas camas próximo a via já que derrubaram tudo. Moro com a minha esposa e duas crianças. A minha mãe tem 8 crianças. Estamos todos sem um teto para morar. Viemos pedir a ajuda dos vereadores”, ele afirmou.
Já Gracy Kelly também está sem um local para morar e diz que existem pessoas com recém-nascidos ao relento.
“Estou com a minha filha e o meu cachorro. Falaram para a gente ir para o Cetremi [Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua], mas queremos uma casa. Não nos importamos de pagar uma mensalidade, mas queremos o nosso canto. Lá tem gente com filho de dois meses ao relento”, lamentou.
Protesto
Um grupo de pessoas protestou simulando uma ocupação no bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande, na manhã de quarta-feira (9). A manifestação ocorreu próximo a uma universidade na Avenida Ceará, no quadrilátero das ruas Elvira Coelho Machado, São Vicente de Paulo, AnaJás e Travessa Guruá. Foram levados colchões para o local.
As pessoas protestaram contra a desocupação de uma área no bairro Lagoa Park, no último fim de semana.
De acordo com os manifestantes, o terreno usado para o protesto, na quarta-feira, no Bairro Chácara Cachoeira, não foi escolhido em vão. Eles argumentaram que a área é pública, mas que era usada de forma irregular como estacionamento por empresas privadas.
Assim, o grupo de desabrigados queria mostrar a diferença de tratamento dado sobre ocupações de terrenos públicos em regiões de periferia e em áreas nobres.
Na manhã desta quinta-feira (10), o estacionamento utilizado de forma irregular foi interditado e desativado.
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