Relíquias em desuso: Mato Grosso do Sul tem mais orelhões em manutenção do que funcionando

Quatro cidades do Estado estão sem nenhuma disponibilidade de orelhões

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Orelhões estão sumindo (Foto: Leonardo de França/Arquivo/Jornal Midiamax)

Filas enormes, cartões estilizados e um em cada esquina: os tempos áureos dos orelhões já passaram há muito tempo, mas essa tecnologia que ‘estourou’ no século passado ainda resiste, mesmo que aos trancos e barrancos.

No Dia do Telefone, nesta sexta-feira (10), o Jornal Midiamax traz de volta à luz o equipamento que cai ainda mais em desuso toda vez que os smartphones ficam mais atualizados. Mato Grosso do Sul, segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), tem mais orelhões em manutenção do que em pleno funcionamento.

O Estado tem 1.162 equipamentos em manutenção, enquanto apenas 972 estão disponíveis para a população. Enquanto 4 cidades têm 100% dos orelhões em funcionando, outras 4 não têm nenhum disponível para a população.

Cidades com 100% disponívelnº de orelhõesCidades com 0% disponívelnº de orelhões
Eldorado10Água Clara14
Japorã4Jateí8
Rio Verde18Juti4
Vicentina12Paranhos8
Fonte: Anatel

Em Campo Grande, o número de orelhões, ainda conforme o sistema ‘Fique Ligado’ da Anatel, chega a 464 aparelhos espalhados pela cidade. A disponibilidade no município é de 59%, sendo que 190 estão em manutenção.

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Orelhões estão sumindo (Foto: Leonardo de França/Arquivo/Jornal Midiamax)

Em pouco mais de um ano, a Capital perdeu 50 orelhões. Reportagem do Jornal Midiamax, de agosto de 2021, mostrou que a cidade tinha 514 equipamentos naquela época. O município, inclusive, havia perdido 26% dos telefones públicos em apenas um ano. Enquanto em 2020 eram 696 orelhões, o número caiu para os 514 em agosto de 2021.

O total de equipamentos naquela época era 2.234 em todo MS, porém, esse número caiu para 2.134 em janeiro de 2023. Em 2019, o Jornal Midiamax publicou que a expectativa é que os ‘verdinhos’ seriam retirados aos poucos, segundo a Oi, uma das operadoras que mantém as linhas em MS.

Em dezembro de 2018, a Anatel estabeleceu novas mudanças no PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização), que prevê a retirada gradual dos orelhões.

Telefone fixo

Da mesma forma que os orelhões, o telefone fixo fica cada vez mais distante no passado. Porém, mesmo com a popularização e modernização dos dispositivos móveis, alguns saudosistas ainda resistem com seus fixos em casa.

Em MS, ainda conforme dados da Anatel, eles são 10 a cada 100 mil sul-mato-grossenses. Os dados são de janeiro de 2023. Em janeiro de 2022, a densidade era de 12,1/100 mil habitantes.

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Telefone fixo ainda é usado por comércios e empresas, mas número em residências tem caído (Foto: Nathalia Alcântara/ Jornal Midiamax)

Telefone fixo ‘foi ficando’

Mesmo possuindo um celular, a aposentada Márcia Lima, de 74 anos, ainda mantém a linha fixa em sua residência. Segundo ela, o uso é mais para receber ligações de parentes e cobranças de operadoras.

“Eu nunca quis tirar a linha, sou cliente há muito tempo e foi ficando. É um número que eu tenho faz muitos anos e muita gente tem”, explica a aposentada ao Jornal Midiamax. “Já recebi ligação e pude reencontrar amigos que não via há anos e conseguiram me achar pelo telefone”, continua.

Márcia conta que já teve três celulares furtados e, com isso, teve que trocar o número do telemóvel várias vezes. “Já o fixo fica aí firme e forte; ninguém mexe”, brinca a aposentada. Ela confessa que não faz muitas ligações do telefone, mas recebe muitas chamadas.

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Telefone fixo (Foto: Ilustrativa/Marcello Casal Jr./Agência)Brasil

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