Coisa do passado? Onze a cada 100 sul-mato-grossenses ainda resistem com telefones fixos
De 2019 a 2021, a proporção de telefones fixos em domicílios caiu 7,5 pontos, passando de 23,1% para 15,6%
Fábio Oruê –
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A cada ano surgem dezenas de novos modelos de celulares para os mais variados gostos e necessidades e o telefone fixo fica cada vez mais distante no passado. Porém, alguns saudosistas ainda resistem com seus fixos em casa, mesmo com a popularização e modernização dos dispositivos móveis.
Em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), eles são 11 a cada 100 sul-mato-grossenses. Os dados são de outubro de 2022. Em outubro de 2021, a densidade era de 12,3/100 mil habitantes, 1,3 pontos a mais que neste ano.
Ranking interativo dos municípios por acessos por 100 habitantes:
Vale lembrar que a Anatel disponibiliza somente a densidade do serviço com base na população e não mais nos números de domicílios.
É comum que comércios e empresas ainda utilizem esse meio de comunicação. Usados juntamente com WhatsApp ou outro aplicativo de mensagem, os telefones fixos vão prolongando sua vida útil. Isso acontece mesmo sendo usado somente para um dos itens básicos de sobrevivência: a comunicação.
A comparação com os celulares é inevitável, já que o telefone móvel ‘nasceu’ dos fixos. Hoje, além de fazer e receber ligações e jogar, os smartphones podem também ser comparados aos computadores. Os smartphones têm uma infinidade de funções.
Telefone fixo ‘foi ficando’
Mesmo possuindo um celular, a aposentada Márcia Lima, de 74 anos, ainda mantém a linha fixa em sua residência. Segundo ela, o uso é mais para receber ligações de parentes e cobranças de operadoras.
“Eu nunca quis tirar a linha, sou cliente há muito tempo e foi ficando. É um número que eu tenho faz muitos anos e muita gente tem”, explica a aposentada ao Jornal Midiamax. “Já recebi ligação e pude reencontrar amigos que não via há anos e conseguiram me achar pelo telefone”, continua.
Márcia conta que já teve três celulares furtados e, com isso, teve que trocar o número do telemóvel várias vezes. “Já o fixo fica aí firme e forte; ninguém mexe”, brinca a aposentada. Ela confessa que não faz muitas ligações do telefone, mas recebe muitas chamadas.
Confira o ranking interativo de acessos das prestadoras de Telefonia Fixa:
Em 2021
Em 2021, a PNAD TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) revelou diversas tendências. Entre elas, está o crescimento do uso da TV para acesso à internet no domicílio, ultrapassando os microcomputadores como segunda opção depois do celular.
Além da redução da posse de microcomputadores, tablets e telefone fixo e o aumento do uso da banda larga fixa, superando a móvel devido à pandemia e à expansão da fibra óptica no Norte e o Nordeste.
Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano passado, a proporção de domicílios com telefone fixo no país foi de 15,6%, com uma queda de 7,5 pontos percentuais em relação a 2019 (23,1%).
Essa tendência de baixa foi também observada em todas as regiões do país. Já a taxa de domicílios que possuíam telefone móvel celular (96,3%) aumentou frente a 2019 (94,4%).
O rendimento real médio per capita da parcela de domicílios em que não havia telefone ficou muito abaixo daquele nos domicílios que tinham telefone.
No país, em 2021, o rendimento nos domicílios que não tinham telefone (R$ 700) representou 48,4% do rendimento nos que tinham telefone (R$ 1.445). Já nos em que havia telefone fixo convencional o rendimento médio foi de R$ 2.432, enquanto naqueles com telefone móvel este rendimento foi de R$ 1.444.
Uma nova pesquisa PNAD TIC está sendo feita pelo instituto neste último quadrimestre de 2022 e deve ter os dados publicados no ano que vem.
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