Professores relatam erros desde 2018 em provas da UFMS e UEMS feitas pela Fapec
Professores irão se manifestar sobre os erros, na manhã desta quinta-feira (07) na Câmara dos Vereadores
Diego Alves –
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Professores se reuniram na noite desta quarta-feira (06) e discutiram sobre os constantes erros nas provas de processos seletivos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) feitas pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa). Na manhã desta quinta-feira (07), os docentes se manifestarão sobre os casos na Câmara dos Vereadores de Campo Grande.
O professor e coordenador do curso Refferencial, Edilson Soares da Silveira, diz que o objetivo não é a retirada da Fapec e sim, manifesto com propostas para que não ocorra mais erros. Edilson informa que de início o grupo de professores solicita reuniões com os reitores da UFMS e UEMS.
“Propostas para que as bancas sejam reorganizadas”, diz Edilson com argumento de que docentes de cada área façam as questões, as testem e depois avaliem se não há erros após a digitação. “Desde 2018 foram mais de 22 questões anuladas”, lembra.
“O que mais motivou o início deste manifesto foi que nós já tentamos ao longo dos últimos cinco anos, entrar em contato com a Fapec. Tentamos de inúmeras formas pedir mudanças, reuniões já foram realizadas, recursos montados, e-mails, cartas abertas e nenhuma mudança prática foi implementada. Por esse motivo, a indignação”, falou a professora Milena Basso, do Bioexatas.
“Você perde mais tempo na prova discutindo a interpretação de um enunciado de um texto mal construído do que propriamente o conteúdo de que o aluno deveria estar sendo avaliado”, comentou o professor Higor, do Colégio Nota 10.
“Não é só um vestibular, estamos mexendo com sonhos, com investimento de uma família, não só financeiro, mais emocional. Já aconteceu, no ápice do problema da Fapec, de avaliação seriada, o Passe, de anularem oito questões de uma prova só. O vestibular tem 60 questões e perderam quase 10% dessas questões”, disse o professor Rui Medeiros do Singular Cursos.
“O aluno que não tem condições de prestar outro vestibular em outra cidade só tem a UEMS e a UFMS para prestar. Então a prova da Fapec, com esses problemas, afeta esse aluno muito mais que o aluno com condições de morar em São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais”, relata o professor Tito Faria, do Poli Concursos.
“Outra coisa que é preciso salientar, é em relação ao processo de correção das redações. Observamos que os alunos não acreditam na lisura da correção. Então eles nos procuram quando recebem a nota da redação, com o espelho, para que nós possamos dar uma olhada na redação e validar ou não as notas que eles tiveram. Isso mostra um total descrédito do aluno a esse processo de correção. Isso é muito grave”, afirma a professora Milene Gasparini.
“Temos situações, de alguns anos para cá, de erros constantes na elaboração da prova”, falou o vereador Juari Lopes Pinto (PSDB). Participaram representantes do Colégio Refferencial, Bionatus, Colégio Maria Montessori, Évora Colégio e Cursos, Colégio Nota 10, Poli Concursos, Singular Cursos, Bioexatas e Foca Mais.
Ameaça de ataque hacker
O perfil do hacker da Anonymous cobra uma “resposta definitiva” da Fapec após os problemas registrados nas provas de vestibulares da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UEMS (Universidade Estadual do MS).
Em nota, a Fapec diz que “repudia qualquer tipo de ameaça ou chantagem e informa que está tomando todas as medidas cabíveis”.
“Visando preservar os dados das pessoas cadastradas em nossos sistemas, a instituição decidiu retirar do ar temporariamente os portais citados pelo perfil a fim de se precaver de possíveis ataques cibernéticos”, traz o texto.
Fapec
A Fapec é a fundação em pessoa jurídica de direito privado e sem fins lucrativos de apoio à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), fundada em 05 de abril de 1982 e regida por seu estatuto e legislação aplicável. Possui autonomia patrimonial, administrativa, econômica e financeira. É dirigida por uma Diretoria Executiva, acompanhada e fiscalizada por seu Conselho de Curadores e Fiscal e com seus atos e ações avaliados pelo MPE (Ministério Público Estadual), Curadoria de Fundações.
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