Problema frequente, Câmara cobra Sesau por demora em atendimentos e retenção de macas
Presidente da Câmara, vereador Carlão (PSB) liga problema à retenção de macas em hospitais
Thalya Godoy –
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A demora da chegada de viaturas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul tem levado as vítimas de acidentes de trânsito a esperarem por horas o resgate em Campo Grande.
Diante dessa situação, a Câmara Municipal de Campo Grande deve enviar requerimentos à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para cobrar explicações sobre o que tem acontecido nos serviços de socorro à população.
“Eu tenho acompanhado essa situação. Eles [a Sesau] dizem que há falta de maca, então vamos fazer um requerimento para perguntar isso aí. O pessoal está segurando maca nos hospitais e a Santa Casa diz que não tem como pôr a pessoa no chão”, afirmou o presidente da Câmara ao Midiamax, vereador Carlão (PSB).
Vítimas esperam horas por socorro
Na última quinta-feira (23), uma mulher esperou para ser socorrida por quase duas horas e meia, após sofrer acidente na região do Carandá Bosque, por volta das 17h15.
A vítima foi levada consciente e orientada, com escoriações, pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 19h40. O BPTran (Batalhão De Polícia Militar De Trânsito) foi acionado às 17h28. Na ocasião, a Sesau relatou que a demora no atendimento estava ligada à retenção de macas e não ao déficit de ambulâncias.
Menos de uma semana antes, no dia 18 de fevereiro, a família de uma vítima de acidente de trânsito na Avenida Guaicurus precisou acionar uma ambulância particular após ser informada que não havia perspectiva para a chegada do Samu. A mulher com diabetes e hipertensão esperou por mais de uma hora sob o sol quente.
“Há uma hora ligamos para o Samu e o Corpo de Bombeiros, mas sem previsão”, relatou uma testemunha do acidente.
O Jornal Midiamax solicitou notas da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) sobre a demora no atendimento do Samu e Corpo de Bombeiros Militar, respectivamente, e aguarda resposta. O espaço continua aberto para manifestação.
O que diz a prefeitura
A Sesau informa, em nota, que os episódios recorrentes de retenção de macas é uma preocupação por parte da Secretaria, uma vez que o atendimento é inviabilizado, impactando, desta forma, o atendimento à população.
De acordo com eles, para minimizar a situação, o serviço passou a contar com seis macas extras, além dos equipamentos que são dispostos em cada viatura, mesmo não havendo nenhuma portaria ou resolução que o serviço tenha que ter macas reservas.
“No entanto, mesmos os equipamentos extras ficam presos. A retenção de macas infringe lei municipal sancionada em 2012 e também a resolução 2.110/2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que proíbe tal prática, bem como a recusa no atendimento de pacientes graves. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) reitera que tem mantido as tratativas com os hospitais para evitar que esse tipo de situação continue ocorrendo. Cabe esclarecer que nos últimos cinco anos, o serviço teve 100% da sua frota renovada, saindo de três viaturas operacionais, ou seja, em atendimentos, para as atuais 11 viaturas”.
Retenção de macas vira alvo de investigação e projeto de lei
A retenção de macas do Samu, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul e de serviços hospitalares privados virou projeto de lei na Alems (Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul).
O Projeto de Lei 15/2023, de autoria do do deputado estadual Lídio Lopes (Patriota), proíbe a retenção de macas nas unidades de saúde e prevê multa de 100 Uferms (Unidades Fiscais de Referência de MS) se confirmada a retenção. Em fevereiro, o indicador está em R$ 47,35, o que representaria R$ 4,7 mil na cotação atual.
Em 8 de fevereiro deste ano, o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) instaurou notícia de fato para apurar denúncia na demora para transferência de pacientes para hospitais de Campo Grande. A apuração deriva de uma denúncia protocolada na Ouvidoria do MPMS.
Um morador do Jardim Aero Rancho denunciou, em dezembro de 2022, que a tia de 72 anos aguardou por mais de 12 horas por uma transferência. Ela estava esperando ser levada do CRS (Centro Regional de Saúde) Aero Rancho para o Hospital Regional Rosa Pedrossian.
“Como não temos condições de pagar pelo transporte, tivemos que esperar das 11h da manhã até as 2h da madrugada para que ela fosse transferida”, informou o denunciante.
Em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele recebeu a informação de que havia poucas viaturas em serviço e muitas macas retidas em unidades de saúde, ou seja, ocupadas por pacientes.
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