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Cotidiano

Problema crônico: Há 11 anos, Via Park também era inundada e situação ainda se repete em 2023

Ernesto Geisel também é conhecida pelos alagamentos em dias de chuvas fortes
Fábio Oruê -
via park alagamento
Avenida Via Park com a Afonso Pena em 2012 durante alagamento (Foto: Valmir Guarinão/Arquivo Pessoal)

A situação é sempre a mesma: chove muito em um curto período de tempo, os córregos transbordam e alagam as ruas e avenidas de . Há anos o mesmo roteiro é visto pelos campo-grandenses, os principais prejudicados nesta história.

Alguns pontos, inclusive, são famosos pelos alagamentos dignos das produções que se propõem a retratar desastres naturais. Avenida Ernesto Geisel – nas rotatórias com a Rachid Neder e Euler de Azevedo – e Avenida Nelly Martins Coelho, próximo da Afonso Pena, são os locais mais críticos.

Inclusive, cerca de 11 anos atrás, em 25 de janeiro de 2012, uma chuva forte alagou a Via Park e a Afonso Pena, em fato que nunca havia se visto tantos estragos. Por conta da rapidez com que a chuva chegou, muitos carros foram arrastados.

As obras para conter enchentes já estavam prontas, mas a barragem de contenção não resistiu. Segundo dados meteorológicos da época, choveu 91 milímetros em três horas neste dia. Depois dessa chuva, foi feito um plano diretor de , mas com estudos só para o córrego Prosa.

Em 2018, situação semelhante aconteceu. Mas foi na Ernesto que o cenário foi mais grave: o asfalto foi arrancado, o guard rail foi danificado e sobrou muita lama e galhos de árvores no local. Em fevereiro de 2020, na Ernesto com Rachid, o asfalto, que havia sido recém-colocado, foi arrancado na rotatória pela correnteza.

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Ernesto com a Rachid Neder em 2020 (Foto: Leonardo de França/ Arquivo/ Jornal Midiamax)

Problema crônico

Nesta quarta-feira (4), chuva torrencial causou novamente alagamentos nos pontos citados. O fato mostra o problema crônico enfrentado pelo poder público, que ultrapassa gestões (Nelson Trad Filho, Alcides Bernal, Gilmar Olarte, Trad e agora Adriane Lopes), e que há anos não tem uma solução definitiva.

Problema inclusive, que coloca a vida de moradores em risco. Hoje mesmo, na rotatória da Ernesto com a Euler, um motorista ficou preso dentro do carro no meio na enxurrada. O veículo apagou enquanto tentava atravessar o cruzamento alagado.

Avenida Nelly Martins Coelho, nesta quarta-feira (Foto: Fala Povo/Jornal Midiamax)

O mesmo aconteceu na Nelly Martins, onde o alagamento tomou conta da avenida após o Sóter transbordar e chegar até as imediações da Afonso Pena. Conforme o Corpo de Bombeiros, o motorista do Ford Ka não queria sair do carro, com medo de que a água levasse o veículo. Porém, os militares explicaram que ele acabaria indo junto, caso a enxurrada carregasse o carro.

Solução definitiva?

A chuva esperada para janeiro todo é, historicamente, 231 mm, segundo o Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). Em apenas 12h choveu 68% do esperado. A previsão que ainda deverá ocorrer mais chuvas torrenciais na Capital até o fim de semana.

Conforme o secretário da (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, é difícil falar em uma solução definitiva para os problemas de alagamento. “A chuva de hoje foi muito acima do normal […] então, é um volume muito grande e sistema nenhum de drenagem, de nenhuma cidade, é feito para essas chuvas atípicas; até porque seria um custo astronômico se fosse fazer um sistema dimensionado para isso”, diz ele ao Jornal Midiamax.

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Avenida Ernesto Geisel (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Fiorese ainda lembra que o município possui legislação de drenagem nas residências. “Obriga aos proprietários a fazer reservação dentro do seu imóvel. Dependendo do tamanho [do imóvel], a legislação define o volume que tem que ser reservados e solta da drenagem pública um volume menor”, explica.

De acordo com o secretário, a Sisep está fazendo uma bacia de contenção no córrego Reveillon e uma outra barragem, que estava assoreada, será reativada no Parque do Sóter. “A solução nessas regiões onde já estão totalmente ou quase totalmente ocupadas, o caminho são as execuções dessas barragens de redução de vazão”, conclui.

Contrato paralisado

A Prefeitura paralisou contrato de R$ 3,1 milhões, que inclui o projeto de controle das enchentes no fundo do vale do Córrego Segredo e Rio Anhanduí. Dos R$ 3.109.818,37 firmados no início do contrato, a prefeitura já empenhou R$ 2.500.000,00.

Entretanto, a empresa ainda não executou R$ 1.256.072,66. Segundo Fiorese, a paralisação ocorre, pois a empresa entregou o projeto básico e agora a Sisep deverá analisar o material entregue.

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Rio Anhanduí (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Chuva surpreendeu até meteorologia

Vinicius Sperling, do Cemtec-MS, disse que, em avaliações climáticas anteriores, a meteorologia já previa um intenso volume de chuva para Campo Grande. Porém, chuva registrada nesta quarta-feira (4) surpreendeu.

“Na previsão que enviamos segunda-feira era bem claro os altos acumulados de chuva na quarta-feira. Informamos algo acima de 50 mm/24 horas, mas Campo Grande foi fora do padrão”, disse.

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