População cresce e número de imóveis não ocupados sobe 90,6% em 12 anos em MS

Fenômeno pode ter relação com famílias que se separam ou membros que decidem deixar a residência, por exemplo, quando o filho se casa e sai da moradia dos pais
| 28/06/2023
- 12:04
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Imóveis não ocupados são classificados como desocupados, vagos ou de uso ocasional (Imagem ilustrativa/Arquivo) - (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentou nesta quarta-feira (28) os dados consolidados de domicílios visitados em Mato Grosso do Sul no Censo Demográfico de 2022. Os números mostram que a população cresceu 12,5% entre 2010 a 2022, entretanto, imóveis particulares permanentes não ocupados, aqueles com uso ocasional e vagos, subiu 90,6% em 12 anos.

Domicílio é toda moradia que uma pessoa entende como casa, independente da expectativa de tempo de ocupação, desde que fixe moradia no endereço visitado na época de referência do Censo. Entre o local permanente, foram encontrados 979.540 (81,3%) domicílios ocupados, com ou sem entrevista de um recenseador. O IBGE indica que o número de imóveis ocupados cresceu 28,8%, enquanto os não ocupados (vagos ou de uso ocasional), foi de 90,6%.

Segundo o coordenador de divulgação do Censo, Fernando Gallina, os imóveis não ocupados são classificados como o vago, aquele que pertence ao morador, mas na data da coleta não tinha um entrevistado; e uso ocasional, aquele é ocupado ocasionalmente, por exemplo, nos fins de semana.

 

“Usando como exemplo os estudantes de medicina que vão para Ponta Porã, ele não mora naquele endereço, está temporariamente. Se a família, por exemplo, mora no Paraná, a pesquisa de lá considera ele um familiar de lá”.

Apesar da grande proporção em diferença do aumento no nível populacional do Estado a taxa de ocupação, por enquanto, não há como pontuar uma justificativa que indica a possível migração de pessoas. A coordenadora Elenice Cano explica que ainda serão divulgados recortes no Censo, como faixa etária, a estrutura da pirâmide, como população de idosos. São dados robustos para mensurar, são detalhados para estudos”.

“Houve um crescimento maior do número de domicílios do que a população, a população não acompanhou o crescimento. Por esses números, a gente ainda não consegue afirmar os motivos, pode ser uma expansão imobiliária, migração, diversos fatores, mas apenas com esses números não dá para responder”.

 
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Equipe do IBGE regional (Foto: Karina Campos, Midiamax)

A profissional pontua, comparando ao último Censo, o exemplo de casas em que haviam nove pessoas, sendo os avós, pais, e quatro netos, com o passar dos anos, os avós permanecem no primeiro endereço recenseado, os pais se mudam e os quatro netos também têm um novo endereço fixo.

“Houve uma tendência de que se essas pessoas de separassem no domicílio, por exemplo. Isso faz com que uma cidade, , tenha um crescimento geográfico de espalhamento das casas, mas não de população”.

Sylvia Saad, coordenadora do Censo 2022 em Campo Grande, exemplifica a moradia de trabalhadores que vão para outro município trabalhar, caso ele tenha residência fixa na visita do recenseador enquanto está fixado no endereço, o dado é calculado como ocupado.

 

“Observamos no interior do estado o crescimento de indústrias, o que gera emprego e remanejamento de trabalhadores para determinado lugar. A gente vê uma tendência de redução de decréscimo na taxa de natalidade, de 2000 a 2010, a gente tem várias cidades com média por domicílio diminuindo, isso pode explicar redução na taxa de habitação Mudanças culturais, como o envolvimento de mulheres no mercado de trabalho, isso gera impacto na estabilidade populacional, a pandemia em 2022".

Os dados apontam que a média de moradores por endereço varia de 2,89 a 3,5. Entre as cidades com mais moradores está Paranhos (3,5), Ladário (3,36), Tacuru (3,33), Japorã (3,27), Miranda (3,23), Coronel Sapucaia (3,17), Porto Murtinho (3,16), Corumbá (3,16) e Aral Moreira (3,16).

MunicípioDomicíliosParticular permanente vagoPorcentual de vagos
Brasilândia6.5251.58924,35%
Santa Rita do Pardo4.17892422,12%
Jatei1.89632817,30%
Novo Horizonte do Sul2.30037216,17%
Paraíso das Águas2.94347316,07%
Guia Lopes da Laguna4.88378115,99%
Corguinho3.48055415,92%
4.26567515,83%
Angélica5.03076915,29%
Jaraguari4.57369015,09%
Coxim16.1012.40414,93%
1.8632771487%
Nioaque6.50196314,81%
Rio Negro2.67339314,70%
Cassilândia10.5364.54814,69%
Taquarussu1.88927514,56%
Deodápolis6.37892614,50%
Anaurilândia4.35161614,16%
Corumbá38.0495.34514,05%
Sonora6.79094813,96%
Fonte: IBGE

Entenda a diferença entre as classificações de imóveis

Particular permanente ocupado: Aquele que pertence a alguém e estava ocupado na data da pesquisa;

Particular permanente ocupado sem entrevista: aquele que estava ocupado na data da visita, mas não foi possível realizar a pesquisa;

Uso ocasional: Serve ocasionalmente como moradia na data da visita, por exemplo,ocupado nas férias ou fins de semana;

Vago: não havia morador;

Coletivo: instituições ou estabelecimentos onde os moradores não têm familiaridade, por exemplo, asilos, hotéis, pensões e similares.

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