Ponto de ônibus improvisado no tijolo reflete descaso na principal avenida de Campo Grande
Blocos de cimento equilibram usuários do transporte coletivo na Avenida Afonso Pena
Aliny Mary Dias –
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Se o dito popular ‘uma imagem vale mais que mil palavras’ pudesse ser traduzido em uma foto, essa que você viu no início desta reportagem provavelmente seria uma delas. Pelo menos para os usuários do transporte coletivo de Campo Grande.
Se já não bastasse todo o descaso envolvendo a má prestação de serviço do Consórcio Guaicurus, que há 10 anos explora o transporte público de Campo Grande com frota de ônibus velha, atrasos e lotação, quem depende dos ônibus também precisa lidar com improvisos para driblar a falta de atenção do poder público.
E o problema flagrado pela reportagem do Jornal Midiamax neste sábado (7) desta vez não está em um bairro afastado do Centro, mas sim na principal avenida de Campo Grande, o cartão-postal da cidade, a Avenida Afonso Pena.
O improviso de tijolos para ‘calçar’ o banco salta aos olhos e gera revolta em quem precisa se sentar em um pedaço de ferro ‘bambo’ para ir ao trabalho ou voltar para casa. O banco de ferro, já consumido pela ação do tempo, está apoiado em dez blocos de tijolos de cimento, cinco de cada lado para garantir certo equilíbrio.
O ponto está localizado em frente ao IEL (Instituto Euvaldo Lodi), no sentido shopping-aeroporto. Pouco mais de 2 quilômetros separam o improviso da sede da prefeitura de Campo Grande, onde as principais decisões administrativas do município são tomadas. São 7 minutos de carro ou apenas 4 paradas de ônibus de um ponto a outro.
A reportagem entrou com contato com a prefeitura de Campo Grande, responsável pela instalação e conservação dos pontos de ônibus, sobre reparos e troca do banco, mas em razão do fim de semana, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Atenção se volta para corredores e pontos ficam esquecidos
A implantação e manutenção de pontos de ônibus, seja os postes verticais de madeira que não protegem do vento, sol ou chuva, ou os abrigos com proteção, é de responsabilidade do município. A última licitação lançada pela prefeitura para instalação de novos pontos de que se tem notícia foi em outubro de 2018.
Na época, foram R$ 2,1 milhões em recursos do PAC Mobilidade para aquisição de 500 pontos de ônibus cobertos. A instalação começou em julho de 2019. Até então, o município informou que a Capital possuía 3.479 pontos, destes 1.382 eram postes de madeira.
De lá para cá, a prefeitura tem focado em obras relacionadas aos corredores de ônibus, que implantam estações pré-embarques em ruas e avenidas de Campo Grande.
Recentemente, o Midiamax mostrou em uma série de reportagens o caos espalhado pela Capital com as obras, muitas inacabadas, que custaram mais de R$ 110 milhões aos cofres do município.
Em agosto de 2019, em um dos últimos anúncios de investimentos na estrutura de pontos e terminais do transporte coletivo, ainda na gestão de Marquinhos Trad (PSD), a prefeitura informou que R$ 5,5 milhões seriam investidos em reformas de sete terminais e pontos de integração.
Na época, a substituição dos postes de madeira por abrigos cobertos e a reforma das estruturas não foi mencionada pela prefeitura.
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