Para atender alta demanda, bancos de leite materno de Campo Grande precisam de doações

Neste Dia Mundial da Amamentação, doação de leite materno se faz necessária em todos os bancos de leite de Mato Grosso do Sul

Nathália Rabelo – 01/08/2023 – 09:11

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Banco de Leite da Santa Casa (1)
Banco de Leite da Santa Casa (Divulgação, Santa Casa)

Dia 1º de agosto marca o início de uma campanha importantíssima, uma vez que se comemora o Dia Mundial da Amamentação e dá início do Agosto Dourado, mês que simboliza o incentivo ao aleitamento materno. No entanto, o consumo do leite materno não é uma realidade para todas as crianças. Por isso, bancos de leite materno de Campo Grande reforçam a importância da doação a fim de atender grande demanda na Capital.

O leite materno é considerado o principal alimento para bebês nos seus primeiros meses de vida por conter componentes e mecanismos de proteção contra várias doença. Como o leite não pode ser produzido artificialmente, a doação é importantíssima.

Mato Grosso do Sul conta com cinco bancos de leite materno, sendo quatro deles em Campo Grande e um em Dourados. Em todos eles a doação é necessária.

Hospital Regional

Fernanda Menezes de Oliveira, nutricionista responsável pelo banco de leite do Hospital Regional, reforça que o estoque de lá está bem baixo e em torno de quatro litros por dia. Atualmente unidade atende 30 bebês internados e seriam necessários ao menos 150 litros de leite materno por mês, no entanto, as doações fecham numa média de 40 a 60 litros.

“A gente não consegue atender todos, cerca de 25% consomem o leite e a gente prioriza os bebês menores e com peso mais baixo”, explica.

Hospital Universitário de Campo Grande

Segundo o Hospital Universitário, a doação aumentou nas últimas semanas, mas não é o suficiente para suprir o estoque. Unidade conta com 16 leitos neonatais e oito bebês são atendidos atualmente. Assim, banco registra um consumo de 1 litro de leite por dia, mas números são variáveis.

“Se o consumo continuar baixo pelos bebês prematuros, que consomem um volume pequeno, a gente consegue ter estoque para 6 e 10 dias. Mas se volume aumentar precisa aumentar a oferta porque estoque vai acabar mais rápido”.

Maternidade Cândido Mariano

Enquanto isso, Vanessa Torres, nutricionista responsável pelo banco de leite da Maternidade Cândido Mariano, explica que o estoque no local não consegue atender 100% da demanda. São 55 leitos na unidade neonatal e a quantidade de leite que tem hoje consegue alimentar 35% dos bebês.

São usados cerca de 3,10 litros por horário. Para atender os 55 bebês são necessários 9 litros por dia.

“O estoque está suficiente para atender prematuros extremos, os outros a gente vai avaliando e, dependendo do caso, entra com a fórmula. Mas atender hoje 100% eu não consigo”, lamenta a nutricionista.

Santa Casa de Campo Grande

Situação parecida também é observada na Santa Casa de Campo Grande. Gislene Nantes Nogueira é a nutricionista do setor e alega que atende 25 recém-nascidos, por isso precisa de 5 litros por dia. Assim, a doação de leite materno também é necessária na unidade.

Férias escolares e frio diminuem doações

O período de férias escolares e do inverno é visto como um desafio para as profissionais de saúde. Conforme as nutricionistas, trata-se do momento em que os estoques de leite materno registram grandes baixas nas doações. “A gente reforça os trabalhos para manter o estoque”, alega a nutricionista da Santa Casa.

Vanessa também é presidente da Comissão dos Bancos de Leite Materno de Mato Grosso do Sul. Assim, ela complementa que os meses de maio a até início de agosto registram menores índices de doações, principalmente por causa das férias. O período de fim de ano também é um desafio.

A especialista ainda complementa que a doação é uma necessidade durante o ano em todos os bancos de leite do Estado.

“Nada se compara a composição do leite materno em relação à proteção e para o prematuro é o melhor alimento pelo processo de proteção e recuperação. É um bebê que tem nada maduro e desenvolvido, então quando oferece outro alimento além do leite materno, muitos [bebês] não conseguem aceitar. Então o tempo de recuperação é maior. A gente incentiva as mães a amamentarem os seus bebes até os seis meses de vida e, se ela tiver leite excedente, que ela possa fazer a doação”, diz Vanessa.  

Como fazer doações

Todas os bancos de leite aceitam doações. No caso das unidades citadas pela reportagem, basta a doadora entrar em contato pelos telefones dos bancos de leite (confira mais abaixo) e informar o interesse da doação.

As profissionais de saúde reforçam que, para doar, a mãe precisa estar produzindo leite numa quantidade acima do que o bebê dela precisa tomar, ter exames neonatais e estar num bom estado de saúde. A própria unidade leva uma equipe até a casa da doadora, onde ela recebe toda orientação sobre coleta e armazenamento do leite, bem como o material necessário.

As equipes dos bancos visitam a casa da doadora uma vez por semana para pegar o leite e dar maiores orientações. Interessadas podem entrar em contato por esses telefones:

Hospital Regional: (67) 3378-2715

Hospital Universitário de Campo Grande: (67) 3345-3027

Maternidade Cândido Mariano: (67) 3041-4735

Santa Casa de Campo Grande: (67) 3322-4174

Hospital Universitário de Dourados: (67) 3410-3002

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