Pantanal em chamas: área queimada mais que triplica em 2023 com 691 mil hectares destruídos

Na última semana, três aeronaves apoiavam os trabalhos de combate às chamas

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Combate das equipes persiste na região pantaneira (Reprodução, IHP)

Pantanal tem 691 mil hectares queimados em Mato Grosso do Sul, 216% a mais que em 2022
A área queimada por incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso do Sul soma 691 mil hectares em 2023. A área é 216% maior do que a extensão queimada em 2022, que somou 218 mil hectares. Os dados são do relatório de Monitoramento de Incêndios Florestais, elaborado pelo Corpo de Bombeiros e Cemtec/MS.

Divulgado nesta quarta-feira (22), com dados de 1° de janeiro a 20 de novembro de 2023, o relatório mostra que 91% dos focos de calor registrados no Pantanal de MS são registrados em Miranda (10%), Aquidauana (13,4%) e Corumbá que concentra 67% dos focos.

A área queimada no bioma Cerrado em 2023 foi 26% maior que no ano passado, porém a área queimada este ano soma 989 mil hectares. Entre as áreas protegidas, a Rede Amolar no Pantanal, teve 180 mil hectares queimados este ano, as chamas consumiram 134 mil hectares de terras indígenas no Estado e 54 mil hectares de unidades de conservação.

Em 2023, o Corpo de Bombeiros atendeu 4.285 ocorrências de incêndios florestais e empregou 330 militares nas ações de preservação, preparação e combate.

Bombeiros fazem rescaldo das chamas

Nesta semana as chuvas ajudaram a conter os focos de incêndios e Brigada Alto Pantanal segue monitorando áreas sensíveis na região e mantendo contato com moradores. Nesta terça-feira (21), equipes do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) do Ibama e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul estão concentradas no rescaldo das chamas.

Conforme os Bombeiros, 72 militares atuam nos locais de incêndios, dada a previsão de altas temperaturas nos próximos dias. Na última semana, três aeronaves apoiavam os trabalhos de combate às chamas, duas delas ‘air tractor’, capazes de transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso, atuando no Paiaguás e no Rio Negro.

Embora a garoa tenha sido bem-vinda, os ventos ainda favorecem a propagação do fogo. No domingo (19), as equipes do Brigada Pantanal, IHP (Instituo Homem Pantaneiro), Corpo de Bombeiros, Ibama e Prevfogo instalaram mais aceiros para proteger casas ribeirinhas, pois o fogo saltou do rio São Lourenço, ameaçando quem vive às margens do rio Paraguai.

Helicóptero usado para resgatar animais

Áreas queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul estão sendo monitoradas com auxílio de helicóptero e drones, usados para identificar possíveis novos focos de incêndio e animais feridos. A ação é coordenada pelo GPA (Grupo de Patrulhamento Aéreo) e a PMA (Polícia Militar Ambiental).

Até o momento, a PMA resgatou um filhote de tucano que estava fugindo do fogo na região de Miranda. Ele será levado ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.

Carcaças de animais foram localizadas, principalmente serpentes, que são os animais mais afetados pela dificuldade de fugir das chamas.

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