Pandemia contribuiu para aumento da violência contra a mulher, que fez 66 vítimas em 2021 no MS
Conforme o Ipea, devido à pandemia de covid-19, mulheres não conseguiram acessar às políticas públicas de proteção disponíveis
Priscilla Peres –
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A taxa de homicídios de mulheres em Mato Grosso do Sul chegou a 4,7% a cada 100 mil habitantes, em 2021. O percentual é 9% menor que o registrado em 2020, que era de 5,2%. Em números absolutos, foram 66 mulheres vítimas de homicídios em 2021.
Os dados são do Atlas da Violência, lançado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na última terça-feira (5). De acordo com o levantamento, quando se considera mulheres brancas ou pardas, a taxa de homicídios foi de 3,8% em 2021, com queda de 25% em relação a 2020.
Apesar da redução percentual, os dados não refletem necessariamente a realidade da violência contra as mulheres. Isso porque, conforme o Ipea, devido à pandemia de covid-19 – que teve em 2020 e 2021 anos críticos – mulheres não conseguiram acessar às políticas públicas de proteção disponíveis.
Mulheres negras são mais vítimas da violência. O Atlas mostra que a taxa de homicídios dessa população em Mato Grosso do Sul somou 5,5% em 2021, com crescimento de 7,8% em relação a 2020.
Violência contra a mulher cresceu no Brasil
Os dados do Atlas da Violência mostram que somente em 2021, conforme os registros oficiais do Ministério da Saúde, 3.858 mulheres foram assassinadas no Brasil. Especificamente durante o período pandêmico, entre 2020 e 2021, 7.691 vidas femininas foram perdidas no país.
Situações ajudam a explicar o aumento da violência contra a mulher. Segundo o Ipea, houve redução significativa do orçamento público federal, de 94% no governo Bolsonaro. O documento ainda aponta o radicalismo político com incentivo de discurso conservador e a pandemia de Covid-19, que pressionou mulheres de várias maneiras.
“A pandemia atuou no sentido de diminuir o empoderamento econômico relativo da mulher e também de aumentar as separações, ambos fatores que atuam para acirrar a violência de gênero”, afirma o Ipea.
8 vítimas de feminicídio em Campo Grande
Em Campo Grande, oito mulheres foram vítimas de feminicídio até 4 de dezembro de 2023. Segundo dados da Dean (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Gilka Simone Nunes, 47, foi assassinada a facadas pelo ex-marido no final da tarde desta segunda-feira (04) na Vila Moreninha III em Campo Grande.
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