Pacientes sofrem com cirurgias canceladas por falta de anestesistas no Hospital Universitário

Homem internado há uma semana aguarda com dor cirurgia da vesícula

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Hospital Universitário de Campo Grande
Hospital Universitário, em Campo Grande (Arquivo, Jornal Midiamax)

A falta de médicos anestesistas no Humap-UFMS/Ebserh (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) voltou a impactar o atendimento aos pacientes, desta vez com o cancelamento de cirurgias. Em setembro passado, a radioterapia de crianças chegou a ser suspensa por número insuficiente desses profissionais.

Uma leitora do Midiamax relatou pelo Canal Fala Povo que o marido está internado há uma semana aguardando a cirurgia de vesícula. A vaga para o procedimento já foi liberada cinco vezes, mas posteriormente é cancelada devido à falta de anestesistas. 

O homem tem seis pedras na vesícula, dificuldades para se alimentar e diariamente toma remédios para suportar a dor. 

“Tem muitos pacientes esperando e só opera se chegar ao Pronto-Socorro morrendo, mas o que estão aguardando e já até assinaram o termo cirúrgico todos os dias eles falam que não tem anestesista no hospital”, conta a esposa, que preferiu não se identificar. 

A mulher teme que o marido pegue uma infecção durante o período de internação, que tem sido prolongado no aguardo da cirurgia. 

HU sofre com falta de anestesistas para cirurgia. (Divulgação, Hospital Universitário)

Uma funcionária do Humap-UFMS/Ebserh, que também preferiu ter a identidade preservada, relata que a falta de anestesista tem sido constante, especialmente durante o dia. 

De acordo com a mulher, a maioria desses especialistas são escalados para o período noturno, mas atendem casos de emergência. 

“Trabalho no HU e estou cansada de ver pacientes internados por dias e até meses aguardando por procedimentos cirúrgicos. Médicos e residentes preocupados pelo fato de pacientes serem encaminhados para o hospital sem condições de recebê-los”, relata. 

O que diz o HU?

O Jornal Midiamax entrou em contato com o Humap-UFMS/Ebserh para questionar a falta desses profissionais. 

Em resposta, o hospital admitiu que o número de anestesistas atualmente é insuficiente para atender a demanda e que a falta desses médicos é um problema compartilhado em todo Brasil. 

Além disso, o HU informou que foram feitos processos seletivos, mas que não houve interessados. 

Confira abaixo a resposta do hospital na íntegra:

O Humap informa que a falta de anestesistas não é exclusiva do hospital, mas uma realidade de todo o Brasil.

O número de profissionais do quadro do hospital ainda é baixo em relação a demanda que recebemos, no entanto, foram realizados diversos concursos e processos seletivos simplificados sem a participação de interessados.

O Humap abriu processo licitatório para contratação de empresa terceirizada que ainda está tramitando, que foi dividido por lotes e grupos. Uma parte já foi finalizada, a empresa contratada e os profissionais já estão atuando.

Informamos ainda que nenhuma empresa de anestesia do MS se interessou em participar do pregão eletrônico.

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