O arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, preside a missa em celebração ao Corpus Christi, realizada na tarde desta quinta-feira (8) na Praça do Rádio, no Centro da Capital. Segundo ele, a dedicação dos católicos à data é a chance de se dar um testemunho da própria fé –que, em alguns casos, traz tanto a esperança quanto a confirmação de milagres.

A missa teve início pouco depois das 15h e tinha previsão de durar 2 horas. Depois, Dom Dimas e os demais presentes seguirão em procissão por 1,7 quilômetro de vias do Centro. As ruas foram adornadas com tapetes confeccionados por fiéis de 300 comunidades e 47 paróquias de Campo Grande, em alusão ao Corpus Christi.

“Toda celebração de Corpus Christi é uma oportunidade de nós darmos testemunho da nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia”, disse Dom Dimas. Pela manhã, ele disse ter percorrido todos os tapetes feitos pelos fiéis. “Os motivos dos mais variados, mas a gente percebe que as comunidades realmente se desdobraram, se prepararam”.

Ainda segundo o arcebispo, “a procissão é um símbolo da Igreja muito bonito, porque é o povo de Deus a caminho. Jesus conosco e Nossa Senhora, também”.

A chegada de Dom Dimas se deu junto com a imagem de Nossa Senhora da Abadia, abrindo uma das etapas importantes da celebração. Desde as 5h30, famílias das comunidades católicas se dedicaram na confecção dos tapetes de Corpus Christi, que, após a missa, “guiarão” a procissão.

Os católicos sairão da Praça do Rádio pela Avenida Afonso Pena, até o cruzamento com a Rua 13 de Maio. Dali, seguem até a Avenida Fernando Corrêa da Costa e, nesta, vão até o cruzamento com a Avenida Calógeras. Show com Missionário Shalom encerrará a celebração.

Fé exaltada por Dom Dimas é citada por fiéis

A declaração de fé destacada por Dom Dimas está no coração dos presentes às celebrações do Corpus Christi. Alguns a buscam como força em momentos difíceis. E há, ainda, aqueles que se viram como abençoados por sua crença, atingindo uma graça perseguida por muitos.

Imagem de Nossa Senhora da Abadia integrou as celebrações do Corpus Christi na Capital. (Thalya Godoy/Jornal Midiamax)
Imagem de Nossa Senhora da Abadia integrou as celebrações do Corpus Christi na Capital. (Thalya Godoy/Jornal Midiamax)

De Corumbá –a 419 km de Campo Grande–, Matilde Gomes da Silva, 58, e Maria Domingues Andrade, 59, fazem tratamento de saúde em Campo Grande. Como estavam na cidade, fizeram questão de acompanhar as celebrações, depois de descobrirem que a missa não seria no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, mas ao ar livre.

“É muito importante para todos os católicos participarem do Corpus Christi”, disse Maria, ue é ministra, acompanhada de Matilde, professora aposentada e catequista.

Ministro da Eucaristia, Breno Lima, 58, também fez questão de estar presente. Membro da Paróquia Cristo Bom Pastor, no Conjunto União, ele revelou que é católico desde criança, porém, tornou-se praticante há 13 anos. Nesse período, contabiliza 2 milagres: o mais recente, há 3 anos, foi a cura da anemia perniciosa (quadro marcado pela falta das vitaminas B9 ou B12).

Em 2010, Breno disse que passou por uma cirurgia e enfrentava um problema no pós-operatório. “Estava com falta de ar na sala de recuperação e pedi para ser virado, mas não quiseram fazer isso porque disseram precisar de uma prescrição médica. Mas, durante a noite, uma mulher de cabelos longos e pretos, vestida de branco, perguntou do que eu precisava e me virou de lado. Consegui pegar no sono e, no dia seguinte, perguntei quem era, mas disseram não ter enfermeira mulher ali. Atribuo esse milagre a Nossa Senhora”, relatou ao Jornal Midiamax.

Praça do Rádio ficou lotada de fiéis

Breno, Matilde e Maria se juntaram a uma multidão que tomou todas as cadeiras dispostas pela Arquidiocese de Campo Grande na Praça do Rádio para acomodar os fiéis. No início das celebrações, muitas pessoas se amontoavam de pé nos arredores, sob o calor desta quinta-feira, para acompanhar a missa.

Antes da missa, aberta com uma oração, um drone exibia em um telão imagens do percurso da procissão, prevista para as 17h e que encaminharia a parte final da celebração de Corpus Christi. A festividade é uma alusão à chegada de Jesus Cristo a Jerusalém.

Conforme explicou o padre Vander Casemiro, coordenador pastoral da Arquidiocese, “o Corpus Christi celebra o Corpo de Cristo, a entrada de Jesus em Jerusalém. Por isso os tapetes, onde o povo prepara a estrada para Jesus Cristo passar”.