Mesclando os universos semelhantes aos filmes Gigantes de Aço e Velozes e Furiosos, estudantes de escolas públicas e privadas de se reúnem em para a fase regional da Olimpíada Brasileira de Robótica, nesta sexta-feira (25).

Alunos de 17 cidades estão no Ginásio Moreninho, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), colocando seus robôs e programação à prova. Segundo a organização, são cerca de 100 equipes de estudantes do Ensino Médio.

Participando pela primeira vez da OBR, Lucas Medeiros, do campus de Campo Grande do IFMS (Instituto Federal de MS), montou o seu robô e o viu arrasar na pista. “Foi eu e um amigo que montou a parte física e outros dois fizeram toda a programação. A gente foi bem até, só teve acho que duas falhas”, conta ao Jornal Midiamax.

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Lucas está competindo pela primeira vez (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Assim como em Gigantes de Aço, os alunos montam e programam os robôs, mas no ringue mesmo, o que vale é o espírito do Toretto, personagem de Vin Diesel em Velozes e Furiosos. Os robôs montados em sua maioria com peças de Lego precisam completar um circuito com diversos desafios, como rampas, curvas e ou até pegar uma bolinha.

Lucas é treinado pela professora Magna Napoleão, que está com 28 alunos distribuídos em sete equipes do IFMS da Capital inscritas na OBR “Na pandemia a gente parou. Daí teve online algumas etapas, a gente não participou. Daí faz um ano que a gente voltou e conseguimos inscrever sete equipes. Então a gente está muito feliz só por participar. Só que agora, por enquanto, a gente está em primeiro e segundo lugar já”, comemora.

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Robôs precisam completar o trajeto (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Mobilização

Nesta etapa prática da OBR participam equipes de estudantes e professores dos municípios de Água Clara, Amambai, Aparecida do Taboado, , Bonito, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Dourados, Japorã, Jardim, Maracaju, Naviraí, Ponta Porã, e Três Lagoas.

Da Sesc de Aparecida do Taboado, Aluísio Dias está com três equipes e oito alunos no total. “Nesse torneio aqui, não tem um projeto igual os outros. Esse aqui é a construção do robozinho, fazer a programação, que é a parte de engenharia dos meninos. A construção e a programação. E colocar na arena”, explica o treinador à reportagem.

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OBR acontece na UFMS (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

A etapa regional conta com a colaboração do projeto de extensão Nerds da Fronteira, que visa criar oportunidades para a descoberta de talentos nas áreas das ciências exatas, engenharia e computação.

O representante estadual da OBR e professor da Faculdade de Computação, Amaury Antônio de Castro Júnior reforça que a presença da Olimpíada na UFMS apresenta a Universidade como possibilidade de trajetória educacional para os alunos da educação básica. “Tais ações, além de criarem oportunidades diversificadas de aprendizagem, também atraem futuros estudantes para o ensino superior e, em especial, para a UFMS”, diz.

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Trajeto tem vários obstáculos (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

De aluno para treinador

Do campus de do IFMS, o ex-aluno João Pedro Tavares não teve muitas oportunidades de competir enquanto estava na graduação, mas agora tem a chance como treinador das equipes.

“Eu entrei na robótica lá na minha cidade em 2019 e infelizmente não competi por causa da pandemia. Vim competir ano passado, mas esse ano não poderia competir, então eu vim como treinador”, conta ao Jornal Midiamax.

O campus trabalha com robótica desde 2016 e neste ano conta com 15 alunos divididos em seis equipes. “Ano passado nós competimos, infelizmente com a equipe reduzida e agora a gente está vindo com seis equipes para tentar o pódio, tentar se classificar e não só buscar vitória”, diz João Pedro.

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Robôs são construídos por alunos (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Olimpíada Brasileira de Robótica

Criada em 2007, a OBR é o maior evento de robótica da América Latina e tem como objetivo estimular os estudantes da educação básica às carreiras científico-tecnológicas, além de classificar equipes para a RoboCup, maior competição de robótica do mundo.

A Olimpíada é dividida em duas modalidades: prática e teórica. A primeira acontece por meio de competições regionais que classificam as equipes para a etapa nacional, já a teórica é realizada nas escolas.

Na modalidade prática, robôs autônomos, desenvolvidos pelas equipes de estudantes, devem realizar uma operação de resgate sem qualquer interferência humana em um terreno com obstáculos. O robô deve ser ágil para superar os campos irregulares, desviar de escombros e subir montanhas para conseguir salvar as vítimas de um desastre.

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Robôs são feitos com peças Lego (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

A competição possui três níveis: o nível 0, para estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental; nível 1, para estudantes do 1º ao 8º ano do ensino fundamental e o nível 2, para estudantes do 8º ao 9º ano do ensino fundamental e todos os anos do ensino médio ou técnico. Os alunos competem com tutoria de professores ou cientistas.

Confira a programação deste sábado (26):

  • 8h – Apresentação das equipes do nível 0
  • 9h – Segunda rodada (nível 1)
  • 10h – Segunda rodada (nível 2)
  • 13h30 – Final (nível 1)
  • 15h – Final (nível 2)
  • 17h30 – Premiação e encerramento