Encerrou durante a noite desta sexta-feira (03) a oitiva de três lideranças indígenas presos durante ocupação ocupação da Inho, em , cidade a 160 quilômetros de Campo Grande, que ocorreu hoje.

“Com apoio da do Estado, iremos tomar as medidas judiciais cabíveis para a liberação dos indígenas”, disse o advogado do (Conselho Indigenista Missionário), Anderson Santos. O advogado não soube informar como está a situação na fazenda neste momento.

Os três indígenas foram detidos durante a ocupação da fazendo. Entidades apontam o território Laranjeira Nhanderu como parte da TI (Terra Indígena), que faz parte do processo de demarcação.
“Eles estão todos bem, sem problema algum, estive conversando com eles para orientá-los e verificar a situação em que se encontram. Pediram para avisar os familiares que estão bem”, afirmou o advogado do CIMI, mais cedo.

Coordenador executivo da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Kunumi Verá Ndy Juy, relatou que os fazendeiros privam indígenas de utilizar a terra originária. “Eles estavam apenas dentro do mato, mas os fazendeiros continuam usando a terra deles. Agora eles começaram a retornar para o território deles”, apontou.

Segundo a assessoria do MPF (Ministério Público Federal), o órgão em — responsável pela região de Rio Brilhante — “está ciente da situação e já começou a atuar”. Além disso, a Apib acionou “a defensoria pública, a sexta câmara do ministério público e demais autoridades responsáveis”.

Apib emitiu uma nota:

Três indígenas do povo Guarani e Kaiowá foram presos, após a retomada da sede da fazenda Inho, em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, no território Laranjeira Nhanderu, nesta sexta-feira, 03/03.
O Cacique Adalto foi coagido e rendido pelos policiais, levado preso assim como a professora Clara e o jovem Lucas.

A polícia cercou os indígenas e está ameaçando realizar um despejo sem ordem judicial. A violência da Polícia Militar da região já foi denunciada inúmeras vezes. O exemplo mais recente foi o assassinato do jovem Vitor Fernandes em junho do ano passado, na TI de Guapoy, em Amambai.
Esta é a quarta vez que os indígenas ocupam a fazenda, que é uma invasão da Terra Indígena (TI) e deverá integrar a área após a demarcação.

O coordenador executivo da Apib, Kunumi Verá Ndy Juy, denuncia que os fazendeiros que seguem privando os indígenas da terra. “Eles estavam apenas dentro do mato, mas os fazendeiros continuam usando a terra deles. Agora eles começaram a retornar para o território deles. Estamos vendo o que fazer para segurar a terra na posse e não acontecer como o que aconteceu em Guapoy, porque é uma terra que sempre foi deles”.