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Cotidiano

Lideranças indígenas de MS pedem mais espaço em negociações sobre conflitos agrários

Nota foi emitida após vinda da ministra Sônia Guajajara a MS e endereçada para 12 autoridades públicas da esfera federal, estadual e municipal
Thalya Godoy -
Indígenas em Mato Grosso do Sul Imagem Ilustrativa ( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

As Lideranças Indígenas de Mato Grosso do Sul emitiram uma nota de repúdio endereçada para 12 autoridades públicas da esfera federal, estadual e municipal. O documento se manifesta sobre a falta de representantes de todos os povos nas mesas de discussões sobre os conflitos agrários entre indígenas e não indígenas que ocorrem no Estado. 

A nota foi assinada no último sábado (18), o mesmo dia em que a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, veio a Mato Grosso do Sul para tratar sobre os conflitos indígenas em encontros em aldeias e em reunião com o governador,  (PSDB).

No texto, o grupo afirma que não foi assegurada a participação de “legítimas lideranças indígenas, eleitas pelas suas respectivas comunidades, os quais são os maiores interessados no diálogo e resolução de conflitos no campo”, explica a nota. 

Diante disso, a APIPMS (Articulação dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul) foi a público se manifestar e repudiar atos que classificou como preconceituosos, discriminatórios e desrespeitosos e como abuso de poder e autoridade, promovidos pelo poder público e “mormente por autoridades indígenas constituídas”, contra as “verdades e legítimas” lideranças indígenas do Estado. 

Assim, os caciques eleitos pelas comunidades exigem participar das discussões que são de interesse e direito dos indígenas. 

“Preocupamos, sobremaneira, que ações desta natureza, praticadas por indígenas que há muito deixaram suas aldeias, se firmando desta forma desqualificados, incompetentes, despreparados e indignos aos cargos que ocupam no primeiro escalão do governo federal, caminham na contramão em relação à recente afirmação do nosso Líder Maior, Luiz Inácio da Silva, que ‘Ministros que errar será convidado a deixar o governo’”, diz a nota. 

Por fim, o grupo pede respeito aos povos indígenas de Mato Grosso do Sul e diz não ser complacente com “vergonhosa” atitude dos servidores públicos do Ministério dos Povos Indígenas. 

A nota de repúdio e indignação foi endereçada às seguintes autoridades públicas constituídas do , com cópia para o Conselho de MS e à APIB:

  1. Presidência da República;
  2. Procuradoria Geral da República;
  3. Câmara dos Deputados – Presidência;
  4. Senado Federal – Presidência;
  5. Ministério dos Povos Originários;
  6. Fundação Nacional dos Povos Originários;
  7. Ordem dos Advogados do Brasil;
  8. Assembleia Estadual de Mato Grosso do Sul;
  9. Governo Estadual de Mato Grosso do Sul;
  10. Ordem dos Advogados – MS;
  11. Conselho Indigenista Missionário – CIMI, em Brasília;
  12. Coordenação Regional da Funai, em – MS

Confira abaixo a nota de repúdio na íntegra:

Ministra veio a MS

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, veio no último sábado (18) a Mato Grosso do Sul. O comboio com Guajajara saiu de Campo Grande por volta das 7h e foi para Rio Brilhante, onde está localizada a terra Laranjeira Nhanderu, palco de conflitos agrários recentes entre indígenas e fazendeiros.

No fim do dia, a ministra e o governador Riedel se reuniram para tratar sobre o assunto.

Após a reunião, Riedel também afirmou que discutiu os caminhos para que as questões de demarcações de terras sejam solucionadas “definitivamente” em Mato Grosso do Sul.

Sônia Guajajara afirmou estar disposta a retomar o espaço de diálogo para avançar os processos de demarcação de terra.

“É importante estabelecer esse diálogo com o Governo do Estado e produtores para encontrar uma alternativa em comum”, comentou.

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