Uma jaguatirica foi encontrada morta nesta quarta-feira (30), após ser atropelada na BR-262, em , a 115 km de Campo Grande. Devido à grande diversidade da fauna silvestre sul-mato-grossense, é comum que estradas atravessem habitats de animais e áreas de preservação ambiental, o que, por consequência, aumenta o número de animais atropelados.

Conforme o Projeto Jaguatiricas, uma equipe do projeto se deslocava para um trabalho de campo quando encontrou o animal morto e avisou o professor Fernando Paiva, da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que se deslocou até o local para coletar a carcaça para necropsia.

As matas ciliares são usadas para deslocamento da fauna em meio a áreas abertas, e quando são atravessadas por estradas, sem planejamento adequado, os animais correm o risco de atropelamento, como o caso da jaguatirica.

Segundo o Projeto Jaguatiricas, é imprescindível ser investido em passagens de fauna e cercamento da rodovia em locais com alta incidência de atropelamentos, direcionando os animais para as passagens.

Plano contra atropelamentos

No início deste mês, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), anunciou que um trecho da BR-262, será desmatar em sete metros de cada lado, a partir do acostamento, para evitar o atropelamento da fauna.

O plano prevê o cercamento de 18 trechos, em áreas de córregos, vazantes e “hotspots” (áreas naturais ameaçadas de extinção). Serão implantadas cercas no padrão de 1,60 metro a 2 metros, em áreas associadas aos córregos e vazantes, totalizando cerca de 140 km – 70 km de cada lado – da rodovia.

O projeto prevê ainda a reativação de redutores de velocidade e sinalizadores eletrônicos.

Passagem de Fauna

Para reduzir o índice de atropelamentos, em janeiro de 2023, a rodovia ganhou uma “Passagem de Fauna” exclusiva para os animais.

As passagens consistem em túneis construídos ou adaptados sob o asfalto da rodovia, para viabilizar a travessia dos animais silvestres sem risco de atropelamentos.

Entre janeiro de 2021 e julho de 2023, o índice de atropelamentos da fauna silvestre teve queda de 80% após a instalação da passagem de fauna. Grande parte dos atropelamentos registrados foi de capivaras. Os dados são do Departamento de da Way – concessionária que administra a rodovia -, levantados em conjunto com o CCO (Centro de Controle Operacional da Concessionária).

O monitoramento da movimentação dos animais silvestres nessas áreas é acompanhado por meio de câmeras instaladas nas passagens. Além disso, equipes de Meio Ambiente da Concessionária verificam registros indiretos, como pegadas, fezes, pelos e tocas, e diretos, como imagens da presença dos animais, inclusive à noite.

Leia também: