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Cotidiano

Irmã defende mãe de bebê que caiu do 3° andar no Aero Rancho: ‘a vida é muito difícil aí’

Sozinha com três filhos, sem nenhuma rede de apoio e com dificuldades financeiras: essa é a realidade da mãe do bebê que caiu da janela do apartamento, conta irmã
Priscilla Peres -
Criança caiu do terceiro andar de apartamento (Nathalia Alcântara, Midiamax)

A queda de um bebê de três meses da janela do 3° andar de um apartamento no bairro Aero Rancho, em , é mais uma tragédia na vida da família. A mãe de três filhos, que também é filha, neta e irmã, é uma mulher comum, que equilibra pratos para dar conta da rotina nada simples.

“Ver minha família se desmantelando aos poucos dói mais do que a saudade da distância em que minha irmã está agora, única que ainda está presente na minha família, que me criou”, o relato é da irmã da mãe da bebê, acusada de abandono de incapaz por deixar três crianças sozinhas em casa, ao Jornal Midiamax nesta quarta-feira (13).

A irmã conta que as duas foram criadas pelos avós, depois que a mãe se mudou de . Mas muito cedo, ainda menor de idade, as meninas seguiram a vida. A hoje mãe das três crianças, saiu de casa aos 12 anos para tentar a vida em Campo Grande. Por aqui, foi adotada e começou a trabalhar, até vir os filhos.

“A vida é muito difícil em Campo Grande. Já morei com a minha irmã ai, a gente trabalha na Feira Central, tinha que voltar de madrugada, de ônibus. Pagar babá para as crianças e é difícil achar babá”, conta a irmã.

Preocupações e falta de dinheiro

Sozinha com três filhos, sem nenhuma rede de apoio e com dificuldades financeiras. Essa é a realidade da mãe do bebê que caiu da janela do apartamento e foi presa no mesmo dia. Sobre os pais? Soma a estatística de ausência. O bebê de quatro meses ainda nem teria sido registrado pelo pai.

Ao Jornal Midiamax, a irmã contou que a mulher, de apenas 23 anos, estava preocupada ultimamente. “Ela estava preocupada com dinheiro e as demandas das crianças, voltar a trabalhar, achar uma babá”, conta a irmã sobre as dificuldades da vida.

Questionada sobre as duas vezes em que o Conselho Tutelar acionou a família pela ausência da criança de 7 anos na escola, a irmã afirma que a criança estudava longe e a mulher, e com mais um filho, não conseguia ir todos os dias levá-la para a escola.

“Ela grávida com a menina e o menino, a escola era longe e ela não tinha como ir, por isso ela faltava”, conta. Agora presa, a mulher de 23 anos tem filhos de 7 anos, 4 anos e quatro meses.

Queda do 3º andar

De acordo com a Polícia Civil, a bebê estava no apartamento com a irmã e o irmão, de 7 e 3 anos, respectivamente. A mãe das crianças não estava na casa e a menina mais velha cuidadava dos dois irmãos mais novos quando ocorreu o acidente.

Conforme relatos, a bebê estava chorando e a irmã tentava acalmá-la. A menininha se aproximou da janela – no apartamento que fica no 3º andar – para mostrar para a bebê as crianças que estavam brincando no pátio do condomínio, quando aconteceu a queda de, aproximadamente, 15 metros de altura.

As crianças que brincavam pelo condomínio e outros moradores viram o momento em que a bebê caiu. A mãe não estava em casa e foi informada por telefone sobre o acidente.

A mulher pediu que ninguém mexesse na bebê até a chegada do Corpo de Bombeiros, no entanto, uma vizinha que tem curso de primeiros socorros, se apresentou e pediu para ajudar a socorrer a bebê. Com autorização da mãe, a mulher fez massagem cardiorrespiratória e pediu ajuda para que ela fosse levada com urgência para o .

Um vizinho que estava de carro levou a mãe, a bebê e a vizinha até o Hospital Regional. Durante o trajeto, a moradora continuou com o procedimento de reanimação e foi ela quem deixou a bebê na emergência aos cuidados de enfermeiros. Devido à gravidade do caso, a menina foi transferida para Santa Casa.

Equipes do Corpo de Bombeiros, e Polícia Civil foram acionadas. À reportagem do Jornal Midiamax, vizinhos disseram que a mãe das crianças procurava por uma babá para cuidar das crianças porque terá que retornar para o trabalho ainda neste mês, quando termina a licença maternidade.

A mãe morava apenas com os filhos e não tem parentes em Campo Grande. Após a prisão dela, os dois outros filhos foram levados para o Conselho Tutelar.

Denúncia no Conselho Tutelar

A criança de sete anos não estava estudando. A escola, onde a menina estava matriculada, procurou o Conselho Tutelar por duas vezes para denunciar a ausência da criança.

A primeira denúncia feita pela escola foi no dia 11 de novembro de 2022, relatava a evasão escolar já que a criança não estava realizando as atividades pedagógicas. A outra denúncia feita pela escola foi registrada no dia 17 de maio deste ano pelo mesmo fato. Os dois casos são anteriores ao nascimento da bebê que tem 4 meses.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com o Conselho Tutelar Sul, mas não obteve resposta se a família recebia algum tipo de acompanhamento. A Prefeitura também foi procurada para falar sobre o caso e respondeu que nenhuma denúncia chegou a SAS (Secretaria de Assistência Social). Confira a nota na íntegra:

“A SAS informa que não consta em seu banco de dados qualquer registro de denúncia referente à bebê de 4 meses, nem mesmo sobre a mãe dela ou irmãos. Caso tenha havido denúncia, a mesma pode ter sido encaminhada ao Conselho Tutelar Sul, responsável pela região onde a menina reside. É preciso checar diretamente com os conselheiros.”

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