Imprudência e alta velocidade somadas à falta de sinalização adequada formam um combo perfeito para acidentes de trânsito. No bairro Monte Castelo, a Avenida Júlia Maksoud, uma das principais vias da região, tem se tornado palco frequente de acidentes. Preocupados com a falta de segurança, moradores cobram melhorias na sinalização do local.

Em fração de segundos vidas se perdem e inflacionam as estatísticas de mortes no trânsito. Dados da Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública) apontam que, em 2023, 31 pessoas morreram em acidentes de trânsito somente em Campo Grande.

Aos familiares das vítimas, resta a saudade e o sentimento de justiça ao pensar o que poderia ser feito para evitar o acidente.

Moradora do bairro há 23 anos, a professora Rosaura Silva relata que presencia acidentes quase que diariamente na região. Para ela, falta mais sinalizações e redutores de velocidade no local.

“No poste em frente da minha casa bateram seis vezes, leva 1 ano para arrumar. Tem uma luminária queimada ao lado residencial Orquídeas que deixa a rua escura por onde os pedestres têm que acessar e é pouco visível para os carros, isso pode gerar acidentes”, explicou.

Conforme a moradora, a Avenida possui duas lombadas, uma em frente ao Residencial José Pedrossian e outra em frente ao Residencial Orquídeas. Em meio a isso, um longo trecho da via se estende em linha reta sem redutor de velocidade. É justo nesse trecho que, segundo ela, os motoristas abusam do limite de velocidade.

“Tanto carros quanto as motos andam em alta velocidade aqui. Precisam investir em sinalização informando a velocidade da via, lombada em pelo menos mais dois trechos, câmeras e limpeza das calçadas porque o mato toma conta de uma boa parte da calçada”, destaca.

Dois acidentes em sete dias

Em 24 de maio, Valdecir Ferreira da Silva, de 52 anos, foi mais um motociclista que perdeu a vida em acidente de trânsito na Capital. O serralheiro voltava do trabalho quando foi atingido por um Toyota Corolla na Avenida Júlia Maksoud.

No momento do acidente, Valdecir tentou uma conversão perigosa e acabou colidindo contra o carro que seguia no sentido contrário da via, ele foi arremessado por cerca de 10 metros e morreu no local. Ambos os condutores estavam em alta velocidade.

Quarta-feira, 31 de maio, sete dias após a morte de Valdecir, outro acidente grave ocorre na Avenida Júlia Maksoud. Um motociclista de 40 anos é socorrido em estado gravíssimo após ser atingido por um carro.

Na noite do acidente, o motociclista seguia em uma moto Suzuki 125 sentido sul-norte, quando colidiu contra um VW Gol. O motorista do carro fugiu sem prestar socorro. Dois dias depois, o motociclista precisou ter uma das pernas amputadas devido aos ferimentos.

Principais vítimas de acidentes no trânsito, os motociclistas correspondem a 41,9% das mortes em 2023. Somente neste ano, 13 motociclistas morreram vítimas de acidentes no trânsito da Capital.

Foto: Diego Alves – Arquivo Midiamax

Avenida passará por estudos para ampliar a segurança

Em nota, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que uma equipe irá até a Avenida Júlia Maksoud para realizar estudos técnicos a fim de trazer melhorias à segurança da região.

“A via possui, ao todo, 11 cruzamentos, após a rotatória, a denominação se torna Avenida José Matos Maksoud, e, em todos os cruzamentos há sinalização horizontal e vertical, com placas de pare e faixas de retenção, bem como placas de limite de velocidade”, destaca a nota da Agetran.