Imasul autoriza execução de “queimas prescritas” para evitar incêndios florestais em MS
O Plano Simplificado de Queima Prescrita em Unidades de Conservação é um plano operativo que deverá ser apresentado em cada ação
Nathália Rabelo –
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O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) passa a autorizar a execução de queimas prescritas e treinamentos nas Unidades de Conservação Estadual e Municipais do Grupo de Proteção Integral. As queimas prescritas têm objetivo de evitar incêndios florestais descontrolados.
Procedimentos também poderão ser realizados em RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) instituídas em âmbito estadual. Assim, queima será autorizada mediante apresentação prévia para ciência, à Gerência de Unidades de Conservação do Imasul do Plano Operativo Simplificado de Queima Prescrita em Unidades de Conservação.
Assim, o Plano Simplificado de Queima Prescrita em Unidades de Conservação é um plano operativo que deverá ser apresentado em cada ação de queima prescrita, até que seja aprovado o PMIFUC (Plano de Manejo Integrado de Fogo da Unidade de Conservação).
Segundo o documento, o Gestor da Unidade de Conservação será o responsável pela elaboração e execução do Plano Operativo Simplificado de Queima Prescrita em Unidades de Conservação.
Caso incêndios decorrentes da queima prescrita fiquem descontrolados, levando em conta as alterações climatológicas, a responsabilidade dos agentes envolvidos pode ser excluída desde que seja comprovado o atendimento das recomendações técnicas do Plano Operacional Simplificado de Queima Prescrita. Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Manejo do fogo foi testado no Estado
Segundo o Imasul, a técnica de utilizar o próprio fogo para prevenir incêndios florestais foi testada pela primeira vez em uma unidade de conservação estadual no último sábado (30). Equipes do Instituto, Corpo de Bombeiros e pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) executaram a queima prescrita em uma área do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, região Sudeste do Estado. A queima feita sob controle elimina a massa orgânica acumulada que se torna risco iminente de incêndio.
“Trata-se de aplicar o fogo conscientemente em uma área específica e controlar cuidadosamente para garantir que não se espalhe. Essa ação é acompanhada por profissionais especializados e com a devida licença do órgão ambiental competente. A queima prescrita tem o objetivo de limpar fontes que podem gerar riscos potenciais de surgimento de um incêndio florestal no período de estiagem”, explicou o tenente coronel do Corpo de Bombeiros Leonardo Congro, assessor da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e presidente do Comitê Estadual do Fogo.
Em 2020, um incêndio que teve início provável pela queda de um raio destruiu mais de 40 mil hectares do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, na região Norte do Estado. Foram 12 dias de luta contra o fogo que mobilizou mais de uma centena de soldados do Corpo de Bombeiros e brigadistas, avião, caminhões e equipamentos. Mesmo assim, cerca de 75% da área do parque foi destruída pelo fogo.
Ainda conforme o Instituto, o fogo destruiu cerca de 4 milhões de hectares do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em 2023, conforme dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ). Desde então, o Estado tem mobilizado recursos e conhecimentos para prevenir e controlar incêndios. Então, a Queima Prescrita uma medida considerada eficaz para os especialistas.
No último fim de semana foram queimados cerca de 50 hectares do Parque das Várzeas do Ivinhema. Para que a queima seja de baixa intensidade com propagação lenta, o avanço das chamas vai na direção contrária do vento. Também é reservado um espaço sem fogo para possibilitar a fuga dos animais que está na área.
O fogo foi ateado às 10h e demorou até as 13h para queimar cerca de 16 hectares. Entre os dias 5 a 7 de julho a técnica será testada no Parque Estadual das nascentes do Rio Taquari, em uma área um pouco menor. O objetivo desses testes é conhecer na prática o comportamento do fogo e ajustar a técnica, se for necessário.
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