Há 3 meses sem cesta básica, indígenas ‘se viram’ em aldeias urbanas de Campo Grande
Estimativa é que população de aldeias urbanas da Capital some de 18 a 20 mil pessoas
Clayton Neves –
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Indígenas que vivem em aldeias urbanas de Campo Grande apontam dificuldades para se manter, desde que a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) suspendeu a entrega de cestas básicas que era feita mensalmente às famílias de baixa renda previamente cadastradas. Sem o auxílio do Governo desde novembro de 2022, a maioria tem vivido com recursos escassos.
“O pessoal vai se virando, dando um jeitinho de ter pelo menos um arroz ou um feijão. A cesta nos ajuda muito e se vir todo mês faz a diferença”, comenta Josias Ramires, cacique da Aldeia Marçal de Souza.
Segundo ele, nas cestas entregues pela Funai vinham dois pacotes de arroz, óleo, fubá, farinha e outros itens básicos para o dia a dia. A entrega seguia cadastro de vulnerabilidade da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com dinâmica de entrega da Funai.
Agora, 194 famílias que moram na área e recebiam o auxílio, precisam ‘se virar nos 30’ para ter o essencial em casa. A situação toma proporções ainda maiores quando analisado o total de comunidades que vive na Capital, que segundo estimativa de lideranças, varia entre 18 e 20 mil pessoas.
“São 12 comunidades, mas chegam a 22 porque existem algumas áreas agrupadas, bairros com número grande de famílias indígenas”, explica Ramires.
Para alguns, alternativa são ‘bicos’ e o Mais Social, programa do Governo do Estado que paga R$ 600 para famílias em situação de vulnerabilidade, no entanto, nem todos conseguiram acesso ao benefício.
“Enquanto isso a gente fica na expectativa de que a Funai resolva, mas é um eterno empurra e ninguém assume a responsabilidade. Disseram que a demora era por causa da transição de Governo, mas até agora nada”, finaliza Josias.
Sem receber ajuda de cestas básicas desde novembro de 2022, indígenas que vivem em aldeias urbanas de Campo Grande enfrentam dificuldades para se manter.
Problema antigo
Em agosto do ano passado, lideranças das comunidades solicitaram ao MPF (Ministério Público Federal) reunião com representantes da Funai, Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos.
O encontro aconteceu no dia 5 de setembro, com a presença das lideranças indígenas e de representantes da Conab e da Sedhast, que identificaram atrasos e quantidade insuficiente de cestas entregues às comunidades. A Funai não participou do encontro.
Segundo relatos apresentados, na aldeia Água Bonita, por exemplo, moradores receberam alimentos somente durante o auge da pandemia.
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