Há 25 anos, Camelódromo trocou ‘balanço do trem’ por boxes cheios de histórias
Os comerciantes mais antigos relembram da luta diária até a consolidação da tradição no coração de Campo Grande
Clayton Neves, Karina Campos –
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O Camelódromo de Campo Grande foi construído estrategicamente no Centro da cidade, carregando o legado de comércio popular mais movimentado. Nesta terça-feira (5), o espaço completa 25 anos de história, e vivenciou a época de recolher mercadoria durante a passagem do trem até a modernização dos boxes.
Ao todo, mais de 470 box funcionam no camelódromo, de venda de eletrônicos a salão de beleza. A direção estima passagem de cinco mil pessoas por dia pelos três mil metros quadrados de construção, no térreo e superior.
Falando em histórias, as recordações de como deixaram as vendas de rua, ali na Barão do Rio Branco, é uma marca entre os lojistas mais antigos. Na época, os trabalhadores tinham que lidar com apreensões, o “rapa”, fiscalização conhecida pelo recolhimento de produtos dos ambulantes que vendiam ao ar livre sem autorização. Até que no dia 5 de dezembro de 1998, a categoria deu “adeus” as mazelas para ter seu próprio espaço.
O presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes do Camelódromo, Narciso Soares, conta que houve muita batalha até a estrutura atual, que oferece um espaço para o lojista e para o clientes. Antes, os corredores miúdos eram somados ao calor intenso e balanço do prédio quando o trem passava.
“Famílias foram criadas aqui. Foi criado como ponto turístico, próximo ao Mercadão, a Morada dos Bais… Ao longo desses anos, investimentos em reformas, deixamos mais aconchegantes, colocamos o piso, mais de 50 climatizadores, boxes reformados. O camelódromo dá vida ao Centro de Campo Grande, traz o cliente aqui. Tem lojas ao redor que só funcionam por causa do camelódromo”.
Projetos futuros
Narciso diz que há projetos para ampliar a oferta ao público, como uma passarela de acesso ao Mercadão. “Recentemente, fiz uma dinâmica sorteando brindes entre os clientes, conhecer o cliente e descobri pessoas dos Estados Unidos, do nordeste do Brasil fazendo compras. Aqui é um ponto turístico conhecido”, disse.
Antigamente, os “perrengues” desafiavam a rotina, mas nada que desanimasse em deixar o espaço. Ana Carolina, do box 24, está no camelódromo há 22 anos, cresceu junto com o local de trabalho. Ela recorda os dias de chuva, em que era preciso agilizar alternativas para não molhar os produtos.
“Lembro que quando o trem passava, caia toda a mercadoria. Não sabia se atendia o cliente ou pegava o produto do chão. Não podia ter prateleira de vidro, era de MDF. Quando chovia, tinha que passar o secador”.
A discriminação também ponderava as vendas, pois, para muitos, o camelódromo era caracterizado como venda ilegal ou informal. “Falavam que era um favelão, mas, hoje em dia, o cliente sabe que aqui encontra de tudo. O camelódromo é nosso ganha-pão, conquistamos muita coisa por reflexo do nosso trabalho”.
Prestes a visitar a família no Rio de Janeiro, Estela Maris escolheu o presente do neto para o Natal no camelódromo. Ela relata que o espaço é ideal para encontrar qualquer coisa, além de ficar ao lado do Mercadão.
“Amo vir aqui. Vou passar o fim de ano no Rio de Janeiro e vou levar presentes na mala daqui. Meu único filho mora lá, vou levar um carrinho para meu neto e passar no Mercadão para comprar manteiga, salame e mandioca. Tudo prontinho na mala. Campo Grande é uma capital linda e espero que prospere mais”.
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