Pular para o conteúdo
Cotidiano

Guarani-Kaiowás denunciam agressões e sequestros em meio a mobilização de líderes indígenas em MS

Os episódios de violência ocorrem em meio ao Aty Guasu, reunião política que reúne lideranças indígenas de toda a região Cone Sul; quatro indígenas seguem desaparecidos
Lethycia Anjos -
indígenas
Evento reúne lideranças indígenas de toda a região do Cone Sul em Caarapó (Divulgação)

Uma família Guarani-Kaiowá, incluindo uma grávida de sete meses, foi sequestrada e torturada na região de , a 412 km de . Segundo a denúncia, o sequestro ocorreu na manhã desta quarta-feira (22), quando a família estava a caminho da Aty Guasu, uma grande reunião política indígena que reúne lideranças de toda a região do Cone Sul em Caarapó. Outras quatro pessoas seguem desaparecidas.

A advogada Talitha Camargo, que representa a cacique Valdelice Veron, relatou que a família foi sequestrada por não indígenas ligados à fazenda Maringá.

“O pai, a mãe, grávida de sete meses, e os dois filhos foram sequestrados durante o deslocamento entre a Aldeia Puelito Kue em Itamaraty e o Aty Guasu. Tenho imagens que comprovam as agressões cometidas por pelo menos 30 pessoas”, disse.

Após a denúncia, a advogada acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério dos Povos Indígenas, que estava presente no local acompanhando a Aty Guasu. A família foi encontrada por parentes por volta das 2h da manhã desta quinta-feira (22), mas até o momento não receberam atendimento médico.

“Fiz a solicitação a pedido dos caciques aqui da Aty Guassu para que a (Secretaria Especial de Saúde Indígena) enviasse médicos para o atendimento local, até porque temos uma grávida de sete meses entre as pessoas sequestradas e torturadas”, explicou.

Agressões a jornalistas

No mesmo dia, um grupo de jornalistas denunciou, por meio das redes sociais, um episódio de violência sofrido durante visita a uma retomada indígena.

“O jornalista canadense estava a caminho da Aldeia Puelito Kue para documentar as violências sofridas pelos Guarani-Kaiowá, mas foi sequestrado e espancado por mais de 30 homens. Após horas de tortura, ele foi socorrido em Dourados”, informou a advogada.

Conforme vídeo divulgado pelos jornalistas, entre eles um estrangeiro, a equipe foi até o território após receber informações de que indígenas haviam sido sequestrados na região, no entanto, ao chegar ao local foram cercados e agredidos por 30 homens encapuzados.

“Estávamos indo para uma retomada documentar a luta pela terra dos Guarani. Nos identificamos como jornalistas e explicamos porque estávamos lá, mas umas 30 pessoas com capuz na cabeça vieram até nós com caminhonetes e simplesmente nos bateram”.

Um dos jornalistas, que é canadense, relatou que teve a câmera, equipamentos e até o passaporte roubados. Eles também denunciam que chegaram a pedir ajuda à , mas foram ignorados. “Vimos a raiva de maneira que nunca tínhamos visto, com facas no rosto, eles tremiam de raiva. A Polícia Militar passou por nós, pedimos ajuda, mas não fizeram nada. Só escapamos depois que pegaram tudo do carro”, relatam.

Quatro indígenas seguem desaparecidos

Talitha Camargo, que está no local onde ocorre a Aty Guasu, em Caarapó, relatou ao Midiamax que quatro indígenas da Aldeia Puelito Kue seguem desaparecidos.

“Hoje pela manhã, conversando com a comunidade, soubemos que quatro indígenas permanecem desaparecidos, não sabemos se estão sequestrados ou foram executados. Estamos aguardando da Polícia Federal e Força Nacional”.

Há cerca de dez dias, a advogada havia solicitado ao Ministério da Justiça a manutenção do território com a segurança da Força Nacional para evitar possíveis conflitos durante o evento.

“Essa é uma luta legítima dos indígenas. Pedimos apoio para que a Polícia Federal ficasse apostada durante a Aty Guasu para que ocorresse tudo de forma tranquila, já que todas as lideranças indígenas estão reunidas, mas não foi o que aconteceu”, destacou.

Segundo o Delegado Eduardo Pereira, a Polícia Federal e a Força Nacional realizaram diligências na região na noite desta quarta-feira (22). “A PF acompanhou o caso e realizou diligências nas localidades próximas à aldeia e instaurou Notícia de Crime em Verificação”, informou.

Fazendeiro preso por posse de armas

Na noite desta quarta-feira (22), uma equipe da Polícia Federal esteve na região de Iguatemi, após serem acionadas pela DPU (Defensoria Pública da União), para atender um possível conflito indígena com fazendeiros em Iguatemi.

Como não tinham um endereço, os policiais visitaram diversas propriedades rurais em busca da área de conflito, até que chegaram à fazenda Pássaro Preto. No local, os agentes conversaram com o proprietário que relatou que não estava ocorrendo nenhum conflito com indígenas, no entanto, ao passar por uma janela da casa os policiais identificaram 88 munições calibre 12.

O proprietário foi preso em flagrante por posse irregular de munição e arma de fogo.

Leia também:

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Confusão com corredor de ônibus termina em acidente entre Meriva e BMW na Rui Barbosa

Dólar fecha em baixa de 0,26%, a R$ 5,5472, com ajustes e alta do petróleo

Comerciantes reclamam de cheiro ‘insuportável’ de lixo jogado em terreno baldio no Iracy Coelho

TCE-MS reprova contas de ex-prefeito de Bela Vista por descumprir metas fiscais

Notícias mais lidas agora

JBS terá que participar de conciliação com moradores por fedor no Nova Campo Grande

Consórcio Guaicurus pede na Justiça devolução de multas com juros e correção monetária

mpms

Com 88 sigilos, MPMS gastou mais de R$ 369 mil em diárias durante junho

Casa Branca rebate Lula: Trump não quer ser ‘imperador do mundo’, mas ‘presidente forte’

Últimas Notícias

Cotidiano

Fim de semana terá bloqueio da BR-163 para obra de anel viário

O bloqueio ocorrerá ao longo do dia, entre os kms 484 e 486, próximo à antiga Uniderp Agrárias

Esportes

Brasil leva medalha na natação, a 1ª nos Jogos Mundiais Universitários

Na próxima sexta-feira (18) o basquete brasileiro estreia nas quadras

Trânsito

VÍDEO: Motociclista atinge traseira de carro durante conversão em corredor de ônibus

Motorista fez conversão a esquerda, quando a moto, na faixa de ônibus, atingiu a traseira do veículo

Mundo

Chile: terremoto de magnitude 5,1 atinge região de minas de cobre no norte do país, diz EMSC

Não há registro de feridos