Gripe aviária vira personagem de história em quadrinhos para conscientizar produtores rurais em MS
Série de ações tem como objetivo de manter o Estado território livre da gripe aviária
Fábio Oruê –
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O sol pantaneiro escaldante aliado à poeira típica das estradas que levam as comunidades mais longínquas são barreiras hoje superadas para as equipes da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), que estão levando Pantanal adentro informações sobre a manutenção da sanidade dos animais criados em solo sul-mato-grossense, em especial contra a influenza aviária.
“Vocês tinham conhecimento disso?”, questionou o fiscal Claudio di Martino, ao abrir conversa com moradores do Assentamento Taquaral, se referindo à ameaça da influenza aviária após registro recente de um caso em Cochabamba, na região andina da Bolívia.
O assentamento fica em Corumbá, a poucos quilômetros da faixa de fronteira seca com a Bolívia, sendo visto como estratégico para frear a entrada de doenças que afetam a sanidade animal no Brasil. Assim, foi ali que as ações realizadas na região pantaneira e de fronteira foram iniciadas pelos servidores da Iagro.
Um dos formatos usados para cativar o público foi o gibi, que tem fácil entendimento. Os materiais impressos entregues aos assentados e as explicações dos servidores ajudaram a todos na compreensão de que o fluxo migratório das aves dissemina o vírus da gripe aviária entre elas, sendo assim importante que aves domésticas não interajam com as silvestres.
“Está na nossa porta e depende desse empenho comunitário”, frisa o diretor-adjunto e fiscal da Iagro, Cristiano de Oliveira, completando que mesmo sendo raro, é possível que haja contágio de ave para humanos em casos de contatos íntimos entre os dois. O vírus não é transmitido ao se alimentar de aves e também não há transmissão registrada de humano para humano.
Influenza aviária
Durante a conversa, várias informações foram compartilhadas para identificar casos de gripe aviária, foi explicado como proceder caso perceba-se que algum animal está com caso suspeito da doença e todas as implicações que a chegada dessa zoonose pode trazer à saúde e economia.
Outros temas, como a implementação do Selo Arte – destinado aos que produzem produtos de origem animal de forma artesanal sejam atestados com uma certificação de qualidade – e o fim da vacinação contra a aftosa também foram abordados e discutidos com os moradores, que tiveram palavra aberta para fazer sugestões aos técnicos da agência sanitária.
“Ninguém esperava que a Iagro ia vir, pois nunca houve uma palestra assim para o povo daqui. Achei muito interessante. Muitas pessoas achavam que era uma coisa, agora com a Iagro vindo, a gente vê que não é o que a gente pensava. Foi bem esclarecedor e gostamos”, frisa a produtora de queijo Josefa de Fátima Lima.
Produtora de queijo Josefa Fátima Lima, de 31 anos, mora no Assentamento Taquaral desde os 5, e tem seu próprio lote onde cria gado leiteiro. A produção é de, em média, 40 litros de leite por dia, oriundos de oito cabeças.
“Passei minha vida toda aqui e meu lugar é aqui, então tenho que prezar por ele. Todos temos medo que doenças venham para cá, mas acho que podemos evitar fazendo tudo certo”, disse.
Selo Arte
O Selo Arte é destinado àqueles que trabalham com produtos de origem animal de forma artesanal, e busca atestar a qualidade desses produtos através de uma certificação. Essa medida é de extrema importância para garantir a segurança alimentar dos consumidores e valorizar os produtores que se dedicam à produção artesanal.
A equipe também explicou sobre os procedimentos com o fim da vacinação contra a febre aftosa, uma medida que visa a melhoria da saúde animal e que pode contribuir para a abertura de novos mercados para os produtores brasileiros. Durante a reunião, os moradores tiveram a oportunidade de participar ativamente, fazendo sugestões e trocando informações com os técnicos da agência sanitária.
Quais as orientações?
Os principais sinais da doença nos animais são dificuldade respiratória, corrimento nasal e ocular, inchaço de cabeça, andar cambaleante, torcicolo e alta mortalidade. A transmissão ocorre por contato direto com aves contaminadas, mais especificamente com secreções. Evitar o contato com as aves, manuseio de animais doentes e a manutenção da limpeza do ambiente de criação são medidas de prevenção.
O Brasil nunca registrou nenhum caso da doença. Para comunicar a Iagro em qualquer suspeita da doença, o contato é o WhatsApp (67) 9 9961-9205, além da plataforma e-Sisbravet (Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergência Veterinária), neste link.
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